quarta-feira, 14 de fevereiro de 2007


PIXIES - DOOLITTLE (1989)
Perfeição Multifacetada em Forma de Pop Rock (mais rock do que pop)

Como a grande maioria que curte música sabe, não teria existido Nirvana sem o Pixies. Senão vejamos. Kurt Cobain certa vez revelou: Eu tentava escrever a canção pop por excelência. Mas que nada, na verdade tratava de roubar coisas do Pixies. Tenho que admitir. A primeira vez que escutei a banda, me senti tão identificado que achava que deveria fazer parte dela ou, pelo menos, de uma banda que fizesse covers do Pixies. Com o Nirvana, tomamos seu sentido e dinâmica: uma parte suave e tranqüila e outra forte e potente. Isso bastaria para qualificar o status do Pixies como uma das mais geniais bandas desse planeta. Mas há muito mais, como por exemplo, o fato de o Pixies ter gravado excelentes álbuns, repletos de guitarras ligeiras, melodias grudentas e letras bem construídas. Formado por Black Francis, que respondia pelas guitarras e vocais, Joey Santiago, o outro guitarrista, e mais a baixista Kim Deal e o baterista David Lovering, o Pixies gravou excelentes álbuns, executando uma sonoridade que misturava elementos do punk rock, surf music, noise guitar e pitadas pop. Fiquemos, então, com “Doolittle”, a obra-prima do Pixies, na minha modesta opinião. Lançado em 1989, pelo selo inglês 4AD, o álbum trazia como temas principais a violência, a dor e a rejeição, tendo como norte musical um som limpo, simples e extremamente melódico. O álbum começa com “Debaser”, totalmente inspirada no filme “Um Cão Andaluz” (Un Chein Andalou), de Luís Buñuel e Salvador Dali (aquele filme que tem a famosa cena de uma navalha cortando um olho, que é de arrepiar). Ali, sob um baixo e um riff de guitarra soberbos, mais o vocal amalucado de Francis, o cantor relata a experiência de ter assistido o tal filme de Buñuel: "Fatiando os globos oculares... ha ha ha ho! Não sei de você, mas eu sou um 'chien andalusia'. Quero crescer para ser um perversor." Na seqüência vem “Tame”, mantendo o mesmo pique que a anterior. Baixo e vocais de enlouquecer, com Francis e Deal gemendo, culminando num orgasmo ruidoso. Confira! É exatamente isso que acontece ali. A terceira música, “Wave of Mutilation”, retrata uma situação que acontecera no Japão alguns anos antes: um número significativo de empresários de sucesso se matou com a família, dirigindo o carro em direção ao mar, devido à vida estressante do mundo urbano. Saquem a letra: “Paro de resistir e me despeço, dirijo o meu carro rumo ao oceano, vocês pensarão que estou morto mas eu velejo para longe numa onda de mutilação, numa onda, numa onda”. São poucos mais de 2 minutos de puro brilhantismo rock. O que comprova que não se precisa de muito tempo para expressar qualidade, e isso o Pixies sempre teve de sobra. São três musicaças!!! E isso é apenas o começo do álbum!!! Na seqüência vem “I Bleed”, que começa com um baixo e uma guitarra despretensiosos para ir ganhando força até explodir em um todo conexo e vibrante. Mais uma vez a poesia – singular – de Black se faz presente "Alto feito o inferno, um sino toca atrás do meu sorriso, sacode meus dentes e, esse tempo todo, enquanto os vampiros se alimentam, eu sangro". O interessante dessa música é acompanhar o vocal de Kim Deal sob o de Francis, em alguns momentos não sincronizados, o que torna a canção mais legal ainda. “Here Comes Your Man” é sinônimo do que uma canção guitarra/baixo/bateria deve ser. Ela pode ser considerada um modelo de como se faz uma excelente canção porp rock. O que sei é que é outra canção do cacete. “Monkey Gone to Heaven” (para mim, a mais legal do álbum) é formada por um refrão ganchudo, sendo extremamente melódica, composta por celos, pelos backing vocal de Kim Deal e por uma letra do caramba, que fala sobre natureza, numerologia e apocalipse. Logo em seguida vem um ska/rockandroll “duca”, divertidíssimo: “Mr. Grieves”. Haja fôlego! E quando se pensa que as coisas poderiam começar a decair, há mais 7 músicas da melhor qualidade. Para ficar com algumas: “La La La Love You” é uma canção idiota (propositalmente) sobre o amor idiota, que começa com uma bateria vigorosa para dali seguir um riff de guitarra e um despretensioso assobio, tudo extremamente grudento e delicioso; “Hey” (que tem um dos baixos mais legais de TODOS OS TEMPOS) na qual um Black Francis canta “Hey, venho tentando te encontrar, hey tem que ter um demônio entre nós, ou vadias na minha cabeça, vadias na minha porta, vadias na minha cama mas hey onde você esteve, se você for, com certeza eu morrerei, estamos acorrentados”. O álbum termina com “Gouge Away”, uma versão “pixiana” para a história de Sansão e Dalila. Eu poderia passar mais linhas e linhas escrevendo sobre Doolittle. Porém, penso que já é um bom começo para você ir atrás desse álbum, que até hoje, 17 anos depois, é motivo de norte, inspiração, cópia etc para uma grande geração de bandas. Caso queira montar uma banda, ouça Dollitle e a monte (ou desista da idéia logo depois).


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Banda: Zefirina Bomba
Canção: Alguma Coisa Por Aí
Link:
My Space

Caso queiram adotar uma banda nacional nesse início de ano sugiro que fiquem com o Zefirina Bomba. Até aqui, não ouvi, em termos nacionais, nada que chegasse próximo ao som que esses paraibanos fazem. ZB é um trio cheio de energia que metralha muito rock and roll (punk, hardcore e surf music) em volume bem alto com pitadas de sons regionais. Músicas curtas (algumas com menos de 1 minuto) e letras coesas compostas sob medida para a sua diversão. O título de seu primeiro cd, lançado pela Trama Virtual, dá pistas sobre sua sonoridade: Noisecoregroovecocoenvenenado. Formada por Ilsom (viola distorcida – adaptada para ser usada com seis cordas e captação de guitarra), Edy (baixo) e Guga (bateria), o Zefirina Bomba te cativa de imediato, à primeira audição do álbum. De acordo com o release da banda, suas influências vão de Stooges à Nirvana, passando por João Cabral de Melo Neto, Jimi Hendrix, Mutantes, Tom Zé, Syd Barrett e Glauber Rocha. “Alguma coisa por aí”, faixa que abre o álbum, é puro Jon Spencer Blues Explosion com Dead Kennedys. A faixa instrumental “A Outra Trilha de Sumé” é Dick Dale incorporando Kurt Cobain. “O que ela tem” é Stooges em estado bruto! “Dia Inteiro” é mistura de Sonic Youth com o repente nordestino, como você pode conferir aqui. Contudo a faixa que mais represente a sonoridade do Zefirina Bomba é “Enquanto Otacílio Batista Explicava...”, que fecha o álbum. Começa com uma viola caipira para ser transmutada em um vigoroso punk-rock executado à toda força. Alguns podem achar que a fórmula rock+música regional não é algo novo, que está gasto, que não gera mais aquela sensação de novidade. Bobagem! Os paraibanos “amalucados” do Zefirina Bomba mostram que quando se tem competência e tesão pela música qualquer combinação pode soar original e agradável. E. T.: o nome do grupo vem de uma lavadeira de Catolé do Rocha (interior da Paraíba) que foi brindada com o apelido de Bomba por causa das batidas que dava com as roupas molhadas nas pedras do rio. Até nisso os caras foram felizes.

domingo, 11 de fevereiro de 2007





01 – Sala Especial – Phonorama
02 – Walter Franco – Canalha
03 – Vulgue Tostoi – Impaciência
04 – Arnaldo Antunes – Dia 36
05 – Karnak – Faixa Oculta
06 – Sepultura – Polícia
07 – Ira! – Você Não Sabe Quem Eu Sou
08 – Nação Zumbi – Propaganda
09 – Maurício Pererira – 1 Reggae
10 - Ludov - Da primeira vez
11 - Egard Scandurra – 1978
12 - Toni Platão - Namoradinha De Um Amigo Meu
13 - Pavilhão 9 - Trilha do Futuro
14 - Zeca Baleiro - As Meninas dos Jardins
15 - Mulheres Negras - Common Uncommunicability
16 - Violeta de Outono - Sombras Flutuantes

TRILHAS SONORAS DE FILMES QUE NÂO EXISTEM

Moçada,

há uns 3 anos atrás quis dar de presente a um casal de amigos uma coletânea de músicas diversas. Porém, não queria pura e simplesmente juntar músicas em um cd e entregá-lo. Daí veio a idéia de fazer com que aquelas músicas fizessem parte de uma trilha de um filme, óbvio, de uma trilha de um filme que não existisse. A partir disso criar trilhas sonoras de filmes que não existem se tornou uma espécie de hobby no qual eu debruçava uma boa parte do meu tempo livre, já que, além de selecionar as músicas eu criava o nome do filme, a capa, a contra-capa etc. Sei que soa meio maluco mas juntar trabalho gráfico com música, ao menos para mim, foi (é) uma das coisas mais divertidas que se pode fazer. Dessa forma, resolvi compartilhar com vocês alguns desse “filmes”. A partir de hoje, além dos textos de costume, estarei, sempre que possível, disponibilizando a capa do cd do “filme” mais a seleção das músicas referente à sua trilha sonora. Caso curtam, montem também as tais trilhas para vocês.

Abraços!

Alexandre

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Banda: Slint
Canção: Good Morning, Captain
Site: http://www.slint.us/


Tudo o que você deve saber sobre o Slint – Parte Única
Trata-se de uma banda americana (que nasceu do que sobrou da banda Squirrel Bait) que durou míseros cinco anos, de 1987 a 1992, o que significa que poderiam ter feito mais, muito mais. Pior para nós. Formado por Brian McMahan [guitarra/vocal] e Britt Walford [bateria], somados a David Pajo [guitarra] e Ethan Buckler [baixo], o grupo foi um norte para uma batelada de bandas surgidas nos pós 1990, principalmente para as do movimento grunge. Curiosamente, o Slint acabou não tendo o sucesso merecido devido à extrema exposição do “som de Seattle” que dominou a primeira metade dos anos 90. A banda gravou apenas dois cds, porém, duas maravilhas sonoras: “Tweez”, de 1989, e a obra-prima “Spiderland”, de 1991. O som da banda, que, aparentemente, mostra-se desconexo, é limpo, denso, complexo, perturbador, angustiante, sombrio, progressivo, psicodélico, experimental, repleto de andamentos pouco convencionais, alterações no volume das músicas, vocal constituído por sussurros, que se transformam em falas, que por sua vez se irrompem em berros tresloucados e agonizantes (confiram a canção indicada), enfim, um caos sonoro, mas não no sentido negativo que esse termo possa ter. Apenas para se ter noção da originalidade da banda, uma de suas marcas foi nomear as faixas do primeiro álbum com o nome de parentes ou de animais de estimação do pessoal do grupo, o que fez com surgissem faixas como “Ron”, “Carol”, “Warren”, “Pat” etc. Importante ressaltar que esse álbum foi produzido por Steve Albini (que entre outras maravilhas tem em seu currículo a produção dos álbuns “Surfer Rosa”, do Pixies, e “In Utero”, do Nirvana). A música indicada é a última do segundo e último disco do Slint, a já citada obra-prima “Spiderland”, uma porrada sonora de seis faixas, distribuídas em menos de quarenta minutos, que te cata, te põe do avesso, e torra teu cérebro, que fica à mercê em rodopio. Nessas você não tem para onde correr – e nem vai querer.
Tudo o que você deve saber sobre o Slint – Apêndice
Trata-se de uma banda americana que anunciou sua volta, 14 anos depois, o que significa que poder fazer feito mais, muito mais. Melhor para nós.


Os caras do Slint, ainda jovanotos.
Banda: Bright Eyes
Canção: The Calendar Hung Itself
Site:
http://www.thestoryinthesoil.com/

O prolífico prodígio Conor Oberst.

O Bright Eyes é uma banda de um homem só, no caso Conor Oberst, de 26 anos, que tem gravado desde os 14 (!!!). Natural de Nebraska, Conor começou tocando na banda “Commander Venus”, que gravou dois álbuns. O início do Bright Eyes se deu em 1997, com o ep Bright Eyes/Squad Car 96. Dali pra cá foram mais de 60 (!!!) obras (entre no site do cara e confira), entre cassetes, álbuns, eps e compilações, coisa que gente que está na estrada há mais de 30 anos jamais produziu. E o melhor de tudo é que nesse caso a quantidade não é inversamente proporcional à qualidade, muito pelo contrário. O cara é bom. Muito bom, diga-se. Alternando suas composições entre lindas baladas folk e um som, digamos, mais furioso, com pitadas de pop, Conor Oberst, vulgo Bright Eyes, toca instrumentos diversos e escreve letras de arrepiar a alma. Veja um trecho de “Lua”, do álbum “I'm Wide Awake, It's Morning”, do ano passado: “Quando tudo se torna solitário eu posso ser meu próprio melhor amigo. Eu pego um café o jornal, eu tenho minha própria conversa. Com a calçada e os pombos e meu reflexo na janela. A máscara que eu poli à noite de manhã parece lixo”. O que dizer? Não há como se sentir indiferente diante das canções do cara. Som para a vida toda. De quebra, um vídeo no You Tube da canção “Arienette” e uma sugestão de coletânea. Divirtam-se!!!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007

Cantor: Thom Yorke
Canção: Analyse
Site:
http://www.theeraser.net/Stage3UK/


Graças às "boas casas do ramo", em junho do ano passado, eu consegui o primeiro álbum solo do Thom Yorke, “The Eraser”. Não quis esperar para comprá-lo, afinal as lojas brasileiras, via de regra, demoram um tempão para colocar no mercado as coisas boas da música gringa. No caso de “The Eraser”, salvo engano, até hoje não foi lançado no Brasil e sabe-se lá quando (e se) será lançado. Sorte que ganhei de Natal da minha esposa o cd importado. Presentaço! (Valeu Nani!) Enfim, naquele momento, por estar na fase final de minha tese, ouvi o cd mas sem muita atenção. Deixei-o na minha pasta de “Melhores” para ouvi-lo posteriormente, coisa que não fiz. Passados alguns meses fui assistir ao sensacional “O Grande Truque” (The Prestige), de Chistopher Nolan. Assim que começam os créditos finais, surge uma voz conhecida, reconhecida primeiramente pela minha esposa: Não é o Thom Yorke? Era. E a música era uma beleza! Chegando em casa, fui à caça da tal música e a ouvi com a calma devida. Perfeita! A partir dali é que fui ouvir o cd da forma que ele merece ser ouvido. Produzido por Nigel Goodrich (responsável pela obra-prima Ok Computer), "The Eraser" poderia soar apenas como um disco eletrônico. Mas não. É um misto de rock, eletrônico e progressivo. Claro que ali podem ser encontrados ecos de “Kid A”, “Amnesiac” e “Hail to the Thief”, os álbuns menos rock and roll do Radiohead. Mas reduzi-lo a um álbum de música eletrônica, embora as guitarras sejam raras, é desmerecer sua qualidade. Intimista, melódico, baixo, aflitivo, intenso, belo, “The Eraser” é composto por camadas eletrônicas, ruídos que “sujam” as canções, sons secos, teclados econômicos, tudo costurado por uma textura minimalista, a servir de pano de fundo para letras ora paranóicas ora tristes, mas sempre explícitas do autor Thom Yorke. Por exemplo, o título de uma das canções “Harrowdown Hill” é o nome do lugar no qual o cientista David Kelly, opositor das políticas de Tony Blair em relação às armas de destruição maciça, teria, supostamente, se suicidado. Um aviso: não queira comparar “The Eraser” com qualquer outro disco do Radiohead. Não há como. Esse é um disco autoral, criado, modelado e executado por Thom Yorke. Caso o faça, você não estará suscetível para incorporar toda a qualidade de um álbum que merece estar no lugar de “melhores” seja da sua cdteca, seja do seu computador. Mais uma vez, esse inglês nos abençoa com a melhor música que seja possível ouvir - e sentir.
Banda: The Who
Canção: Who Are You
Site:
http://www.whoby.blogspot.com/
O The Who foi formado em 1964, em Londres, e se constitui em uma das bandas mais competentes de rock and roll já surgidas. Contando com um excelente guitarrista - Pete Townshend - e um espetacular e desequilibrado (no bom sentido) baterista - Keith Moon, somados à voz e guitarra de Roger Daltrey e ao baixo de John Entwistle (essa é a formação clássica da banda), a banda é item essencial para qualquer um que curte Rock and Roll de primeira. Surgida ao mesmo tempo do movimento “mod”, o The Who ficou marcado como uma das bandas representantes desse movimento. Mas claro que seu som vai muito além disso. Uma das singularidades do grupo foi a de popularizar a ópera rock, com “Tommy”. Uma outra curiosidade: quem popularizou a destruição de guitarras ao final do show (o que mais tarde iria se tornar um clichê) foi Pete Townshend. Dinâmico, agressivo, arrebatador: assim pode ser resumido o som do The Who. Ah! Mais uma curiosidade: a trilha de abertura do seriado C.S.I. (exibido pela Sony e na tv aberta pela Record) é a canção "Who Are You", umas das mais legais do grupo. Segue abaixo uma sugestão de coletânea para quem quer se iniciar no som da banda. Bom divertimento!!!
Grupo: Band of Horses
Canção: Wicked Gil
Site: http://www.bandofhorses.com/



Embora tenha Seattle a e o selo Sub Pop como algo em comum com Pearl Jam, Nirvana e Soundgarden, a semelhança não passa disso. Em primeiro lugar porque o Band of Horses é uma dupla, formada por Bem Bridwell e Mat Brooke. E em segundo lugar, porque contrariamente ao som pesado dos seus conterrâneos, seu som repousa em um indie rock, por vezes melancólico, por vezes agressivo, claramente influenciado por Flaming Lips e principalmente Neil Young (na canção indicada, linkada no You Tube, isso fica óbvio). A banda estreou em cd neste ano, com o – excelente - álbum “Everything All The Time”, que conta com um pouco mais de 35 minutos, porém suficientes para gerar uma grande satisfação após sua audição. Vale uma conferida com o cuidado devido.
Grupo: Brian Jonestown Massacre
Canção: Hyperventilation
Site: http://www.brianjonestownmassacre.com/


Grupo norte-americano, da Califórnia, liderado pelo amalucado vocalista Anton Newcombe, que traz em seu nome uma homenagem explícita ao falecido guitarrista dos Rolling Stones, Brian Jones (que morreu afogado de forma acidental na piscina de sua casa, sob efeito de drogas e bebidas). Uma banda que tem músicas chamadas “Johnny Marr is dead”, “David Bowie”, “Prozac vs. Heroin” não pode não ser boa. Não há como. A canção indicada é do primeiro disco dos caras, de 1995, chamado “Methodrone”, uma paulada sonora de quase 10 minutos!!! Rock and Roll puro!!! (Nessas horas, após mergulhar em um som feito esse, fico pensando nas pessoa que gostam de coisas como “Babado Novo” e adjacências. Será que eles já ouviram música suficiente na sua vida para ter o poder de discernir sobre o que é - boa - música e o que não é???) Encerro esse post ressaltando que essa banda é ESSENCIAL para quem curte rock and roll - NÃO DEIXE DE OUVIR SEU SOM!!! - e deixando um trecho de um depoimento de uma garota, capturado de um blog, que assistiu a um show dos caras nos EUA: “Nem tenho palavras pra descrever a experiência rock’n roll na veia, do caralho, alucinante, muito bom, muito bom. Já se passaram três dias e eu me pego pensando no show no meio do dia, pensando nas letras, nas coisas que eu pensei enquanto tava vendo aquele show. Sou uma pessoa com uma outra compreensão de música, de arte, de loucura, bem e mal. Mudou o foco das coisas, mudou o foco das pessoas. E queira Deus que todo mundo possa sentir isso, nem que seja uma só vez”. Putz... Tá esperando o quê para ir atrás da banda???

Taí o grupo, mostrando que é unido, até depois de encher a cara.
Banda: Secret Machines
Canção: Daddy's In The Doldrums
Site:
http://www.thesecretmachines.com

Brandon Curtis, Benjamin Curtis e Josh Garza formam essa banda texana que faz um som que estilhaça os sentidos a cada audição. Se se faz necessário um rótulo: indie-neo-psicodélico-experimental. Melodias sensíveis, riffs magníficos (prontos para serem “chupados” por alguma banda) e um ritmo invejável, algo do tipo “se eu tivesse uma banda, queria tocar assim”. Na falta disso, aumentem o volume das caixas de som para poder assimilar todas as notas que saem dos instrumentos e vozes dessa banda. São pessoas como esses caras que estorvam a desfaçatez da música, e por extensão da vida. Além da indicada, aproveitem e ouçam também “You Are Chains” e “Leaves Are Gone”, duas pauladas para qualquer coração seja fraco ou seja forte.

domingo, 4 de fevereiro de 2007

Cantor: Joey Ramone
Canção: Don´t Worry About Me
Site: http://www.joeyramone.com/

Há certas pessoas sobre as quais não há muito o que se dizer. Basta apenas seu nome para que imediatamente se saiba o que ela foi/é. Joey Ramone é uma dessas pessoas. Eu poderia escrever algumas coisas que poucos sabem, como por exemplo, que ele nasceu em 1951 e que seu nome verdadeiro era Jeffrey Hyman, que ele era fã dos Beatles, que o nome de sua banda era uma homenagem a Paul McCartney, o qual usava esse nome para se hospedar em hotéis, na época da beatlmania, ou uma ou outra coisa mais específica, já que, óbvio, há várias especificidades sobre o indivíduo Jeffrey. Porém, para o mundo, para os amantes da música, para os dependentes do Rock, o que importa realmente é que ele foi co-fundador da maior banda punk de todos os tempos: Ramones. Isso é muito. O resto é resto. O resto não importa, não tem qualquer relevância. Ah! Uma coisa outra coisa importante, sim. Ele morreu, em 2001, com 49 anos (novo pra caramba), vítima de câncer linfático. Dessa forma, se fosse possível esquematizar a vida de Joey Ramone, a coisa seria mais ou menos assim:
Nascimento: 1951 => RAMONES: Rock and Roll => Morte: 2001 => Lacuna: Eterna.


Capa do único álbum solo de mr. Jeffrey Hyman.


Esse é o terceiro disco da banda paulistana, que tem em sua formação Nasi (voz), Edgard Scandurra (guitarra e voz), Ricardo Gaspa (baixo) e André Jung (bateria). Gravado entre o fim de 1987 e começo de 1988, certamente é o melhor de todos os álbuns que o Ira! fez até hoje (embora tenha sido um dos mais incompreendidos e um fracasso de venda). Lançado após o sucesso de "Vivendo e Não Aprendendo" (esse sim, o disco mais vendido da banda, e que contava com canções como "Flores em Você" – que foi tema de uma novela da Rede Globo - "Envelheço na Cidade", "Dias de Luta" entre outras), o álbum "Psicoacústica" representou um giro de 180 graus e um enorme salto de qualidade e - principalmente - de versatilidade da banda. O próprio título dava pistas do que se poderia encontrar ali. Em "Psicoacústica" é que se encontram os primeiros flertes do Ira! com uma base mais eletrônica (que influenciou o trabalho solo de Edgard Scandurra e alguns álbuns posteriores da banda), misturada ao vigor de guitarras mais pesadas com elementos de percussão e violões. Além disso, há um grande amadurecimento em relação ao conteúdo das letras. O disco, ainda lançado à época do vinil, contém apenas 8 músicas que ocupam um pouco mais de meia hora, suficientes para construir um largo sorriso de satisfação após sua audição. É desse álbum uma das melhores canções do grupo (senão a melhor), "Rubro Zorro", que possui como ponto central a história de vida do Bandido da Luz Vermelha, um famoso marginal paulistano da década de 60. A canção, intensa pra caramba, e que apresenta samples do filme “O Bandido da Luz Vermelha”, de Rogério Sganzerla, se constitui em um vigoroso rock´n´roll costurado por violões no estilo flamenco. Nela o Ira! canta os possíveis desequlíbrios que podem advir a partir da influência de bens de consumo pelos meios de comunicação. "O caminho do crime o atrai como a tentação do doce. Era tido como um bom rapaz, o bom homem mau". Há ainda o visceral e paranóico "Manhãs de Domingo", a militante "Pegue Essa Arma", o samba/rap/punk/psicodélico "Advogado do Diabo", todo pontuado por uma percussão de pandeiro(!), as ácidas "Poder, Sorriso, Fama" e "Receita Para se Fazer um Herói". Como se não bastasse há o pop rock "Farto do Rock and Roll", uma canção desafogo, que critica a saturação do rock nacional dos anos 80 e justifica a busca por "outros sons, outras batidas, outras pulsações" a que o grupo de propôs. O disco termina com "Mesmo Distante", uma belíssima balada folk, uma das mais bonitas canções do Ira!. Psicoacústica é um álbum para ser ouvido com calma, saboreado, digerido, e não apenas uma única vez. Disco essencial, o principal da discografia do Ira! e um dos mairoes da história do rock nacional.
_________________________________________________


Psicoacústica/1988/WEA
1. Rubro Zorro
2. Manhãs de domingo
3. Poder, sorriso, fama
4. Receita para se fazer um herói
5. Pegue essa arma
6. Farto do rock n'roll
7. Advogado do Diabo
8. Mesmo distante

________________________________________________

sábado, 3 de fevereiro de 2007

Banda: Wolfmother
Canção: Colossal
Site: http://www.wolfmother.com/2005.html


Não se deixe enganar pela capa!

BANDAÇA que vem vem de Sydney, Austrália, formado por Andrwe Stockdale (vocal e guitarra), Chris Ross (baixo e teclado) e Myles Heskett (bateria). Após dois eps, o Wolfmother chegou ao primeiro álbum no ano passado. Talvez se vocês fossem se guiar pela capa, poder-se-ia sugerir uma banda de metal épico. Mas não mesmo!!! O que se tem ali é música firme, forte, certeira, repleta de referências setentistas de Black Sabbath, passando por Led Zeppelin e chegando mesmo até o progressivo Jethro Tull. O que se tem ali é rock and roll puro e cristalino. O que se tem ali é regozijo condensado pronto para explodir à cada audição. Fiquem com uma apresentação ao vivo da banda (DE ARREPIAR!!!) tocando a música indicada.

Banda: Lift to Experience
Canção: Falling From Cloud 9
Site:
http://www.bellaunion.com/artist.php?artcode=lifttoexperience


Falar do Lift to Experience significa falar de Josh T. Demons, líder, vocalista, guitarrista e compositor da banda, considerado um gênio musical, que compôs um dos principais discos já feitos nesse planeta (que eu colocaria numa lista dos 10 maiores), e que hoje limpa banheiros e toca country music em bares de “quinta”. O fato é que o cara pirou e recolheu sua genialidade para si, assim como fizeram dois grandes nomes da música: Syd Barret e Brian Wilson. A coisa toda foi essa: “The Texas-Jerusalem Crossroads”, de 2001, seria a primeira parte de um total de três “sinfonias”, denominadas assim por Josh. Desnecessário dizer que as duas partes seqüentes dessa trilogia nunca foram feitas. Nesse primeiro trabalho, absolutamente tudo, desde as letras até cada nota, foi planejado e composto por Josh. "The Texas Jerusalem Crossroads" é um disco deliciosamente estranho. Da fotografia da capa (onde três tipos com ar de cowboys surgem enquadrados por uma moldura cinzenta, que se assemelha bastante à fivela de um cinto de cowboy), passando pelo tipo de escrita, em que as narrativas da bíblia são transportas para o imaginário texano (Josh dizia que "The Texas...” era uma história do fim do mundo onde a terra prometida seria o Texas), culminando na complexidade de influências como Jeff Buckley, The Smiths, Radiohead, Mogwai, Leonard Cohen. Tudo isso faz desse disco um item essencial aos seus ouvidos e ao seu coração. Indiquei uma canção, mas esse cd é daqueles que você tem ouvir na íntegra, com calma, saborear cada nota, cada acorde, cada palavra, cada silêncio. Se você fizer isso, as onze canções desse álbum – que é duplo - farão você se sentir uma pessoa melhor, irão te confortar. Além disso, vão te fazer pensar: “Por que não existe mais gente feito Josh T. Pearson?”







Banda: Messer Chups
Canção: Fantomasofobia
Site:
http://www.messerchups.ru/

Não se sabe de onde esses figuras vêm, se da Alemanha, da Rússia, da Hungria ou de outro lugar. Também não importa. O que vale, na verdade, é que eles fazem uma deliciosa sonoridade jogando no mesmo caldeirão surf rock, rockabilly, áudios de filmes trash, um teremim e outras coisas estranhas. O resultado, conduzido pelo multi-instrumentista Oleg Gitarkin e por Annette Schneider, é uma singular doideira sonora que garante bons minutos de diversão. Para vocês terem uma idéia do que se passa na cabeça dos dois, entre no site. Diversão garantida!!!






















FUNKADELIC - MAGGOT BRAIN (1971)
Equilíbrio exato entre o funk e a psicodelia.


Conheci o som do Funkadelic através do meu amigo/irmão Helton, de Sampa (que possui um blog bem legal). Até então, o que eu conhecia de funk resumia-se a James Brown, ao grupo War, por conta dos álbuns gravados com Eric Burdon e a uma ou outra trilha bacanuda dos anos 60 e 70, como “Shaft”, do Isaac Hayes. Tirando isso, ouvia uma ou outra coisa, mas sem muita atenção. O dia em que ouvi o álbum “Maggot Brain” passei a respeitar e a querer entender muito mais de funk e soul, tal a pancada que levei na minha área de associação sensorial a partir da audição do álbum. Porém, antes das impressões acerca do mesmo, faz-se necessário entender um pouco mais sobre a figura central envolvida no Funkadelic: George Clinton (tão genial quanto os já citados James Brown e Isaac Hayes). Tudo começa quando ele deixa a vida de cabeleireiro em Nova Jersey para tentar a carreira musical. O início foi com um grupo chamado Parliament (que originalmente se chamou The Parliaments, e possuía uma inspiração no clássico The Tempations), que durou 10 anos, de 1970 a 1980 e rendeu 11 álbuns da melhor qualidade, com destaque para “Osmium” e “Mothership Connection”. Contudo, o Parliament executava um funk no sentido mais tradicional, mais dançante. Querendo experimentar, o multi-meios George Clinton resolveu pegar a turma do Parliament (até mesmo pelo processo que a empresa de cigarros Parliament moveu contra George, por não querer estar associada a um grupo de soul music) e formar um outro grupo, com o nome de Funkadelic, no qual eles teriam uma possibilidade muito maior de experimentar (leia-se introduzir em suas músicas elementos psicodélicos). Após dois discos gravados em 1970, “Free Your Mind... And Your Ass Will Follow” e “Funkadelic”, em 1972 veio a obra-prima “Maggot Brain”, com apenas sete faixas, mas que se constitui em uma aula de black music, mas não só. Ali se misturam soul, funk, gospel, hard rock e psicodelia, demonstrando uma sucessão vertiginosa de ritmos que somente atestou a categoria do grupo. O álbum abre com uma das minhas canções preferidas não apenas do Funkadelic, do soul, do r&b, mas da música como um todo. A faixa que leva o nome do álbum (que se inicia com uma breve narração sobre a Terra), é uma viagem lisérgica-melancólica do guitarrista Eddie Hazel, de 10 minutos e 19 segundos, gravado em um único take, bom que se diga, que te abduz sem pena. Tenho certeza que você vai colocá-la para tocar várias vezes tal a forma como ela te atinge no peito e no espírito, te deixando à mercê daquelas fascinantes notas. Na seqüência vem “Can You Get to That”, que começa acústico para se transformar em um funkaço de primeira, daqueles que TEM que estar em qualquer coletânea funk que você cismar em fazer. Atentem-se para os vocais e backing vocais. De arrepiar!!! Com “Hit It And Quit”, o grupo escancara com todas as notas: “Sim, Jimi Hendrix, nós te adoramos!”. Toda conduzida por uma levada “hendrixiana”, destaca-se o órgão tocado por Bernie Worrell, lembrando, em alguns momentos, Jon Lord, do Deep Purple. Outra canção primorosa. "You And Your Folks, Me And My Folks", se submete ao R&B e ao gospel, com um batidão todo pontuado por um “yeah yeah yeah” de fundo. Canção para ouvir e sacudir os ossos. A quinta canção do álbum, “Super Stupid”, caso você a ouvisse no estilo cabra-cega, tenho quase certeza que o primeiro nome a ser verbalizado seria o do Red Hot Chilli Peppers. Sim, moçada, os caras eram “fodaços”, antecipando o que 20 anos mais tarde ficaria conhecido como funk metal, tão bem executado e divulgado pelos “californianos” dos Chilli Peppers. Não à toa, a banda de Flea e cia. chamou George Clinton para produzir o álbum “Freak Styley”, de 1985. A faixa seguinte é “Back In Our Minds”, com um baixo latejante e uma percussão tresloucada que martela, martela e martela... e martela, e nem por isso cansa, muito ao contrário. Tudo se encerra com “Wars of Armagedon”, talvez a faixa mais conceitual-lisérgica-viajante, mas nem por isso menos funk, ou melhor, um funk de respeito, com seus quase 10 minutos. Enfim, o fato do álbum ser composto por sete canções extremamente singulares entre si somado à capacidade de George Clinton e seus comparsas de colocarem para caminhar em uma mesma corda o funk e o rock psicodélico, em equilíbrio perfeito, fazem de “Maggot Brain” um álbum de referência não apenas para os amantes do funk, mas do rock, do soul, do blues, do jazz, enfim, da música em geral. Isso sem contar a capa: um cara de penteado black power com a boca escancarada, como que saindo do meio da terra, conceito que se explica na narração contida na faixa título: “A mãe terra está grávida pela terceira vez, vocês todos acabam de acertá-la (...) Vou ter que me levantar ou me afogar na própria merda”. Ah, o tal cara de black power com a boca aberta é Eddie Hazel, o responsável pelos dez brilhantes minutos da faixa “Maggot Brain”.
Banda: Grandaddy
Canção: Now It's On
Site: http://www.grandaddylandscape.com/


Esses pintas estranhos fazem um baita som.

Dado Meramente Explicativo (versão 1.0): Formada em 1992, em Modesto, na Califórnia, EUA, essa banda executa um maravilhoso indie rock que não te deixa indiferente de jeito nenhum.

Dado Meramente Explicativo (versão 2.0): Formada em 1992, em Modesto, na Califórnia, EUA, essa banda é composta por Jason Lytle: vocal, guitarra, teclado; Kevin Garcia: baixo; Aaron Burtch: bateria; Jim Fairchild: guitarra; Tim Dryden: teclado, e executa um maravilhoso indie-folk-space-rock, repletos de preciso barulhos estranhos (sejam vocais ou não), que não te deixam indiferente de jeito nenhum. A influência do R.E.M., Radiohead e Flaming Lips é algo nítido, o que pode significar muito coisa legal.

Dado Ruim (pessoalmente falando): Não faz tanto tempo que eu conheço o Grandaddy. Havia ouvido uma música ou outra, mas nunca me preocupei em conhecer a fundo essa banda. Fui fazer isso há alguns meses atrás. Constatei, após ouvir uma boa parte da discografia da banda, que deveria tê-lo feito antes! Perdi tempo! Perdi a oportunidade de ter tido muito mais momentos de contentamento na minha vida! Pior para mim.

Dado Péssimo (para quem não tem grana): Entre álbuns, singles, eps, splits (cds geralmente divididos por duas bandas, no qual cada banda grava duas músicas), promo cds etc, essa banda conta com mais de 60 !!! cds gravados.

Dado Excelente (para quem tem banda larga): Entre álbuns, singles, eps, splits (cds geralmente divididos por duas bandas, no qual cada banda grava duas músicas), promo cds etc, essa banda conta com mais de 60 !!! cds gravados.

Dado Patente (bendito seja o Soulseek): As duas primeiras músicas da coletânea que sugiro abaixo não são possíveis de serem encontradas em nenhum dos mais de 60 cds da banda, mas sim em uma simples fita cassete gravada e lançada em 1994. Como ter acesso a isso aqui no Brasil? E depois pedem – e exigem - para que não se compartilhem arquivos?!?!?!

Dado Desastroso de Grandes Proporções (e isso não tem remédio): a banda não existe mais. Encerrou suas atividades após gravar o álbum "Just Like The Fambly Cat", deste ano.

De quebra, fiquem com uma coletânea sugerida e o clipe da canção indicada.



sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Banda: Cake
Canção: Rock'N'Roll Lifestyle
Site:
http://www.cakemusic.com/


Banda da cidade de Sacramento, Califórnia, criada e liderada pelo vocalista John McCrea, em 1992. Contando com a formação básica, guitarra, baixo e bateria, o grupo apresenta um diferencial, ou melhor dois: primeiro é o vocalista que possui uma voz inconfundível, cantando como “um inglês com sotaque caipira dos EUA”. E o segundo é o trompete de Vince Di Fiori que percorre todas as canções do Cake, trazendo elementos do jazz moderno para as canções. A coisa funciona, e muito bem. Basta que se ouçam os 5 cds da banda para se satisfazer com o pop rock agradabilíssimo conduzido pelo Cake com músicas como “Never There” (grande sucesso do grupo) ou a versão definitiva de “I Will Survive”, de Gloria Gaynor. Se vocês não quiserem (e nem tiverem tempo para tal), segue abaixo a sugestão de uma baita coletânea da banda. Procurem, gravem e ouçam. Diversão garantida!!!


Banda: Mudhoney
Canção: Where Is The Future?
Site:
http://mudhoney.net/mudhoney.htm

Muita gente no Brasil que não conhecia o Mudhoney começou apenas a conhecer seu som após eles terem aberto os shows do Pearl Jam por aqui. Contudo, essa banda não deve ser considerada como coadjuvante. Surgido no berço grunge, Seattle, em 1988, o Mudhoney foi a banda que meteu o pé na porta para abri-la e mostrar a sonoridade grunge para o mundo, já que foi a primeira banda da gravadora Sub Pop a fazer sucesso. De acordo com o site dying days a primeira gravação, que foi com o produtor Jack Endino, foi a música 'Touch Me I'm Sick' que praticamente definiu o som de Seattle e hoje é considerada pelos críticos como a primeira música Grunge. O restante da história, o que veio depois, com Nirvana, Pearl Jam, Soundgarden, Alice in Chains etc, a maioria sabe. (Claro que antes houve o Melvins, da terra natal do Nirvana, Aberdeen, que influenciou demais o próprio Nirvana, mas isso é assunto para outro post). Após terem errado a mão com dois discos que foram um fracasso do ponto de vista de vendas, My Brother The Cow (1995) e Tomorrow Hit Today (1998), a banda resolveu retomar a sonoridade do início da carreira, quando gravaram o excelente Every Good Boy Deserves Fudge, em 1991, seu segundo disco. Assim, em 2002, a banda gravou "Since We've Become Translucedent", procurando aquela sonoridade perdida, que parece ter sido encontrada de vez no último disco, gravado ano passado, "Under a Billion Suns", de onde vem a canção indicada. Ali, o Mudhoney está mais coeso do que nunca e parece ter recuperado o tesão de tocar, já que se pode encontrar pelo conjunto das canções de rock que o compõem uma profusão de solos, melodias e riffs. Enfim, um disco para quem curte Rock. Confira!
Cantor: Sébastien Schuller
Canção: Weeping Willow
Site:
http://www.sebastienschuller.com/

Em visita pelos blogs de música da vida, me deparei com a seguinte frase no blog Intervenções Sonoras “Uma excelente oportunidade de experimentar a melancolia dos Radiohead.” Radiohead? Melancolia? Fui conferir. E a dica valeu realmente. O cara vem da França e faz um som muito interessante ao longo do seu disco de estréia, Hapiness. No que se refere à canção indicada, na introdução você ouve alguns breves elementos eletrônicos (que permanecem ao longo da música) para logo na seqüência entrar a voz suave de Sébastien e mais um delicioso violão, perfeitamente misturado ao lado eletrônico da canção. Vale conferir o restante do disco. De primeira. Enquanto o cd novo do Radiohead não vem, mergulhe nesse “Hapiness”. Não haverá do que se arrepender.

E.T.: No site oficial, há como se fazer o download do clip da música sugerida. Não perca!!!



Taí a capa bacanuda do cd.
Banda - Mono
Canção - The Flames Beyond the Cold Mountain
Site -
http://www.age.fm/~sound/mono/

Banda de rock instrumental que vem do Japão. Fazendo um noise rock experimental, essa banda já gravou 5 cds: 2001 - Under the Pipal Tree; 2003 - One Step More and You Die; 2004 - Walking Cloud and Deep Red Sky, Flag Fluttered and the Sun Shined; 2004 – New York Soundtrack; 2006 – You Are There. E posso dizer com toda a certeza: é um melhor que o outro! Tudo bem que sou fã da banda, mas não há como não viajar nas sonoridades criadas pelos caras, com suas camadas e camadas de guitarra, a bateria seca e o baixo conciso. Som primoroso, daqueles para se ouvir em dias frios e que PRECISA ser conhecido por todos vocês. E.T.: Não deixem de visitar o site oficial. Um dos mais legais que vi até hoje!!!

Banda - DEAD COMBO
Canção - MR. EASTWOOD
Site - http://www.deadcombo.net/

Dupla portuguesa de música instrumental, formada por Tó Trips e Pedro Gonçalves, que gravou dois cds, “Volume I”, de 2004, e “Quando a alma não é pequena”, desse ano, do qual faz parte a música indicada. Pode-se dizer que eles fazem uma mistura de fado com trilhas de filmes de velho oeste (não à toa essa canção tem o nome de um dos atores preferidos de Sergio Leone, diretor, entre outros, da clássica trilogia A Fistful of Dollars (1964), For a Few Dollars More (1965), e The Good, the Bad and the Ugly (1966). Essa curiosa sonoridade remete, por vezes, à trilha do filme Paris, Texas, de Win Winders, magistralmente composta e conduzida por Ry Cooder.