sexta-feira, 30 de novembro de 2007

quarta-feira, 28 de novembro de 2007

terça-feira, 27 de novembro de 2007

200 Álbuns Essenciais - Álbum 003


RÁDIO ROCK!!! EM BREVE!!!


Em breve, estarei reativando a Rádio Rock. Aguardem!!!
Abraço
Alexandre

sábado, 24 de novembro de 2007

200 Álbuns Essenciais - Álbum 001


200 Álbuns Essenciais

Caros Amigos,

depois de uma grande ausência, estou reativando este blog. Recentemente, terminei a leitura do - essencial - livro “1001 Discos Para Ouvir Antes de Morrer”, de Robert Demetry. Ali, o autor faz uma compilação, ao longo de mais de 950 páginas, de textos de 90 críticos musicais, que elegem os tais 1001 discos essenciais de suas vidas. E isso em um baita livro, com uma porção de fotos, tudo impresso em um papel de excelente qualidade. Assim, resolvi elencar, a partir do que li, a partir do que eu tenho, a partir do meu gosto, 200 álbuns que considero essenciais para a vida de qualquer ser humano. Discos que necessariamente DEVEM ser ouvidos por todos. Discos que, com certeza, tornam nossas vidas um pouco melhores. Dessa forma, estarei disponibilizando aqui neste blog algumas informações referentes a esses álbuns, que serão apresentados em ordem cronológica. Originalmente, a idéia era escolher 100 discos, porém não foi possível ficar apenas nesse total tal a quantidade e diversidade de álbuns existentes. Tanto assim que em um primeiro momento eu havia separado exatamente 300 discos. Segundo alguns critérios (na maioria subjetivos) terminei por desconsiderar 100 (alguns com dor na consciência) para deixar “apenas” 200 discos. Muitos deles são conhecidos pela grande maioria que curte música, outros nem tanto. Porém, com isso tudo, espero colaborar para a divulgação da boa música, para que mais e mais gente possa conhecer bandas, cantores(as), canções, álbuns, que, como eu disse, são itens necessários para todos os que apreciam a boa música.

Abraço

Alexandre

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Pelo visto o Ira! (infelizmente) já era...

UOL - 11/09/2007 - 21h26

Após briga com irmão-empresário, Nasi diz que é "insustentável" ficar no Ira!

GUSTAVO MARTINS
Colaboração para o UOL

O vocalista Nasi, do grupo de rock paulistano Ira!, declarou nesta terça-feira (11) que "não há mais condições psicológicas de continuar na banda". Falando ao UOL por telefone, ao lado de seu advogado, o músico afirmou que a situação do grupo se tornou "insustentável" após o empresário da banda, Airton Valadão Rodolfo Júnior, que é também irmão de Nasi, tê-lo agredido na casa do cantor, armado de uma faca, na manhã do último sábado (8).A agressão teria ocorrido porque Nasi pediu ao empresário a prestação de contas de todos os shows do o Ira! desde o lançamento do disco "Acústico MTV", em 2004 - cerca de 250 apresentações, de acordo com o cantor. Não atendido, Nasi teria se recusado a participar do show da banda em Campestre (MG) realizado no sábado passado, o que teria provocado a atitude Airton Júnior. Ainda segundo a versão de Nasi, após ter invadido sua casa, o empresário se dirigiu por volta das 18h ao 51º Distrito Policial de São Paulo para registrar um boletim de ocorrência na condição de vítima, acusando o vocalista de tê-lo agredido sob efeito de entorpecentes.Na segunda-feira (10), Nasi também registrou um boletim de ocorrência na mesma delegacia. O advogado e o cantor afirmam ter provas materiais e testemunhas para sustentar todas as acusações contra Airton Júnior, inclusive gravações telefônicas do empresário pedindo perdão.A Agência Produtora, que empresaria os shows do Ira! e tem como sócios Airton Valadão e seu advogado, confirma que houve uma altercação entre o empresário e Nasi, mas afirmou em nota que "é lamentável que determinadas situações tenham tomado tamanha proporção e desvios de sua integridade e veracidade". Por meio de sua assessoria, a empresa afirma que não vai se manifestar novamente sobre a situação, mas que tem documentos para sua defesa em uma eventual disputa judicial.A tensão entre Nasi e a banda aumentou após o guitarrista Edgard Scandurra ter dito ao microfone, no início do show de sábado, que Nasi não poderia comparecer por ter "passado mal e estar hospitalizado". O advogado de Nasi, Octavio César Ramos, divulgou uma nota de repúdio à afirmação, que considerou "caluniosa". "Eu simplesmente não quis expor a situação [do que teria acontecido com Nasi] na frente do público", afirma o guitarrista, que se recusou a fazer outros comentários.Nasi também acusa o irmão e empresário de ter registrado para si o nome "Ira!" sem seu consentimento, motivo pelo qual vai entrar com uma ação civil contra a Agência Produtora, além dos citados processos referentes à prestação de contas de shows à suposta agressão. De acordo com o advogado Octavio Ramos, as notificações serão entregues amanhã. A Agência Produtora não quis comentar.O vocalista não poupou os outros integrantes da banda, que segundo ele eram "coniventes" com Airton Júnior. "Apenas o [Ricardo] Gaspa estava de fora, ele foi induzido ao erro, mas também pediu a prestação de contas", afirmou Nasi. Em entrevista à revista "Flash" que chega às bancas nesta quarta-feira (12), o cantor chama Edgard Scandurra de um "canalha" que "vive agindo como uma Greta Garbo, exercitando seu poder para intimidar os outros", e seu irmão de "lixo humano". "A verdade é uma só: eu tentei pedir um ano de férias para que a banda sobrevivesse, mas o [Airton] Júnior me isolou na banda, colocando um músico contra o outro. Foi a mesma coisa que aconteceu com os Raimundos, que não por acaso eram empresariados pelo Júnior na época", disse Nasi ao telefone.O vocalista descarta qualquer possibilidade de voltar ao Ira! enquanto Airton Júnior for o empresário. A Agência Produtora, por sua vez, afirma que pretende reunir seus sócios e os músicos para decidir o futuro do grupo, "tão logo for possível". Sobre a possibilidade de a banda continuar sem seu cantor, Nasi afirma: "Agora que eu descobri que registraram o nome do Ira! sem meu consentimento, vou tomar as medidas legais para que isso não aconteça".

sábado, 1 de setembro de 2007


A formação original do Camisa de Vênus contava com Marcelo Nova (voz e guitarra), Gustavo Mullen (guitarra), Karl Hummel (guitarra), Robério Santana (baixo) e Aldo Machado (bateria). Vez por outra a banda se reúne, grava um álbum, se desmancha, e aí volta de novo, mas nunca mais com essa formação original, que rendeu 5 excelentes álbuns de rock and roll, a saber: Camisa de Vênus (1983), Batalhões de Estranhos (1984), Viva (1986), Correndo o Risco (1986) e Duplo Sentido (1987). Dentre esses, destaco Viva!, o terceiro - e essencial - disco dessa banda baiana, surgida em disco, em 1983, com o lp Camisa de Vênus. Ali já se podia notar a influência das bandas de hard rock dos anos 1970, bem como do rock “inocente” de Elvis Presley e Chuck Berry. Nesse álbum também já emergia o que seria uma marca registrada do grupo: as letras ácidas que criticavam os costumes pasteurizados da sociedade brasileira. A banda “estourou” nacionalmente em 1984 com o hit “Eu não matei Joana D’arc”, do lp Batalhão de Estranhos. A partir daí, o país ficou conhecendo o recado – invariavelmente explícito – de uma banda que ia na contramão da sonoridade baiana “exportada” naquele momento. Porém, em relação ao que interessa aqui, ou seja, o álbum Viva, há alguns aspectos curiosos que devem ser destacados: Gravado em 1986, no Caiçara Music Hall, em Santos, S.P., ele não foi mixado (prática incomum em discos ao vivo). O que se ouve é o que aconteceu, realmente. Assim, as letras desbocadas, os deboches, os palavrões emitidos pela platéia e pela banda estão ali, sem cortes. Tanto assim, que o encarte continha o aviso: “Este disco não foi remixado. Você ouve o que aconteceu no show. E OUÇA ALTO”. O álbum é composto por 10 faixas, com canções dos dois primeiros discos da banda, como “Eu não matei Joana D´Arc”, “Hoje”, “Bete Morreu”, e mais canções que eles jamais haviam gravado ou gravariam em lugar nenhum posteriormente como “Homem Forte”, “Solução Final” e “Rotina”. Ou seja, há músicas que só foram registradas naquele disco. O espírito punk rock impera ali em todas as faixas. E ao vivo! Destaco 3 faixas, urgentes para seus ouvidos: a impagável “Sílvia”, a versão sacana-tupiniquim para “My Way” e “O Adventista”, que fecha o disco, com Marcelo Nova rezando o Pai-Nosso ao final da canção. Mais punk, impossível. Com certeza, um dos discos - ainda na época do vinil - que eu mais ouvi na minha vida. Item urgente encontrado nas boas casas do ramo. Não percam de jeito nenhum. Rock and roll honesto, sincero e “sujo”. O que mais se pode querer?

"Viva" – RGE – 1986
Lado A
01 – Eu Não Matei Joana D´ARc
02 – Hoje
03 – Homem Forte
04 – Solução Final
05 - Rotina
Lado B
01 – My Way
02 – Beth Morreu
03 – Sílvia
04 – Metástase
05 – O Adventista

domingo, 5 de agosto de 2007

SERVIÇO DE UTILIDADE PÚBLICA
Segue abaixo uma postagem copiada do Lágrima Psicodélica, extremamente importante para quem possui mp3 em seu PC.
"Este vírus, galera, é específico para MP3. Logo, a quem ele interessa?
Postagem: Johnny F
Verme apaga todos os MP3 do computador
Terça-feira, 31 de julho de 2007 - 13h15SÃO PAULO – Um verme especializado em apagar arquivos MP3. É o W32.Deletemusic, que afeta todas as versões ativas do Windows.Segundo a Symantec, o Deletemusic destrói, sem piedade, todos os arquivos MP3 encontrados no sistema. Quando executado, o invasor – que pode chegar, por exemplo, via e-mail – faz uma cópia do arquivo csrss.exe para todos os drives do computador, inclusive os removíveis, como pen drives.Em cada drive, o Deletemusic cria também um arquivo autorun.inf. Assim, sempre que a unidade é acessada, o invasor se reativa automaticamente. A instalação em drives removíveis constitui, obviamente, outra forma de propagação do verme.
Carlos Machado, da INFO"

sábado, 21 de julho de 2007




01.Chingon - Malaguena Salerosa
02.Banda Espuela de Oro - Que Arana Las Entrañas
03.Mano Negra - Mala Vida
04.Cafe Tacuba - Rarotonga
05.Marco Antonio Solis - Si No Te Hubieras Ido
06.Gustavo Santaolalla - Memorias
07.Attaque 77 - Soy Rebelde
08.Brian Setzer - Malaguena
09.Lole Y Manuel - Tu Mira (edit)
10.Banda Espuela de Oro - Dame El Poder
11.Calexico - Muleta
12.Santana feat. Jorge Moreno - Satellite (Spanish Version)
13.Tito Larriva & Steven Hufsteter - Flor de Mal
14.Moenia - Lado Animal
15.Las Ketchup - The Ketchup Song
16.Cafe Tacuba - Aviéntame
17.Tommy Guerreo - Tatanka
18.Victor Manuelle - Instinto Y Deseo
19.Migala - Tiempos de Desasttre
20.Pixies - Evil Hearted You
BANDA: THE DECEMBERISTS
Canção: Infanta
site:
http://www.decemberists.com

Quinteto americano, de indie pop, originário de Portland, que faz uma mixórdia sonora, com elementos pop, folk e algumas experimentações. Para se ter uma idéia, o grupo conta com um membro pra tocar acordeão e outro theremim e guitarra steel, e as letras são, na sua maioria, poesias e histórias ficcionais do século XIX. Liderada pela voz esquista de Colin Maloy, esse grupo é daqueles que vale uma ouvida geral na sua discografia, no caso, quatro álbuns, "Castaways and Cutouts" (2003), "Her Majesty The Decemberists" (2003), "Picaresque" (2005) e "The Crane Wife" (2006), dois eps e dois singles, todos devidamente “acháveis” nas boas casas do ramo. Vasculhem todos os álbuns e se deleitem com suas canções deliciosamente assobiáveis e grudentas. Como curiosidade, o nome do grupo é inspirado numa revolta russa do século 19. Fiquem com um clipe e uma sugestão de coletânea.


domingo, 8 de julho de 2007


LED ZEPPELIN - LED ZEPPELIN
Visceral Euforia Virtuosa


Quando se fala em Led Zeppelin, é impossível dissociá-lo do rótulo de precursor do heavy metal. Tanto assim que sua mistura de rock pesado com blues, psicodelia e folk representou um norte e tanto para uma porção de bandas que surgiriam depois. Quanto às influências, apenas para citar algumas, tem-se Elvis Presley, Muddy Waters, Willie Dixon, Beatles, Rolling Stones. O embrião do grupo foi uma banda montada por Jimmy Page, “The New Yardbirds” (obviamente formada a partir das cinzas do Yardbirds, grupo que se notorizou por ter revelado, além de Jimmy Page, outros dois grandes guitarristas ingleses Eric Clapton e Jeff Beck). Em 1967, Page é abandonado pelos músicos da banda. Porém como havia shows pendentes e dívidas a serem pagas, ele foi à cata de uma nova formação. O baixista John Paul Jones, o primeiro a fazer parte do novo projeto, indica o vocalista Robert Plant, membro de um grupo chamado "Hobbstweedle", que se uniu aos dois, trazendo consigo o baterista John Bonham (na minha opinião, um dos maiores bateristas de toda a história da música). Cumpridos os compromissos, em 1968 a banda adota o nome definitivo e grava o primeiro disco “Led Zeppelin”, que é lançado em janeiro do ano seguinte. Este álbum foi o resultado perfeito da combinação do blues + rock, demontrada pelo peso da guitarra de Page, pelo baixo intenso de Jones, pela bateria alucinada de Bonham e pela voz, por vezes, aguda, por vezes, rascante, de Plant. Era um som original, com vínculo (emocional e racional) no blues, mas tocado de modo um pouco mais pesado. Um álbum, enfim, que introduziu signifcativos conceitos para o rock, a partir de uma interpretação extremamente original daquele gênero. O álbum tem início com “Good Times Bad Times”, faixa de um pouco mais de dois minutos e meio que apresenta e sugere a sonoridade adotada pela banda. Com uma bateria vigorosa, a canção conta com um belo solo (embora curto) de Page e apresenta a voz de Plant um pouco mais contida. Canção arrebatadora!! Excelente faixa para abrir um álbum desse calibre. A faixa seguinte é uma das minhas preferidas de toda a discografia da banda: "Babe, I'm Gonna Leave You". Conduzida por uma guitarra acústica, a canção, que não é composição da banda, mas sim uma canção tradicional inglesa, segue por quase um minuto com o dedilhado delicado de Page servindo de base à voz, calma, de Plant. De repente vem a bateria e o baixo, que ficam até mais ou menos quatro minutos se alternando com o vocal solitário de Plant, quando irrompe um hard rock de primeira que se sustenta até o final. Uma aula de como misturar folk com rock pesado. A música seguinte é a versão definitiva para o clássico “You Shooke Me”, de Willie Dixon. O Led Zeppelin toma essa fantástica canção e a transforma em um sedicioso e elétrico rock and roll. Blues sendo tocado de forma pesada e visceral. Três momentos dignos de nota: o órgão tocado por Jones, a harmônica executada por Plant, e o duelo, já na parte final da canção, entre o vocal de Plant e a guitarra de Page. De arrepiar!! E quando, ao ouvir os últimos acordes dessa canção, você pensa em respirar, se refazer, surge - emendada - outra paulada: “Dazed and Confused”, um virtuoso rock pesado, que poderia muito bem ilustrar o tipo de som do grupo. Com uma introdução matadora, na qual o baixo de Jones, soando como se numa valsa, se solidariza aos acordes de Page, que abre espaço para os versos cuspidos por Plant, para em seguida surgir a bateria de Bonham, e dali um riff espetacular, a canção se mantém vigorosa o tempo todo, na qual todos os componentes demonstram a sua competência. São quase seis minutos e meio de puro delírio musical. Um clássico. Há uma versão dessa música no cd ao vivo “The Song Remains the Same”, de 1976, no qual o delírio se prolonga por quase 27(!!!) minutos. Vale a pena dar uma conferida. Na seqüência, as coisas se acalmam um pouco. Primeiro vem “Your Time Is Gonna Come”, uma bela canção folk, meio despretensiosa, mas mesmo assim, marcante. Em seguida, colada a essa, “Black Mountain Side”, que já acenava a influência da música celta para o grupo, o que iria se confirmar em álbuns posteriores. “Communication Breakdown” retoma o peso de antes, fazendo par com a canção de abertura. Música perfeita para se iniciar uma coletânea. Pauleira pura!!! A penúltima canção é mais uma homenagem a um dos ídolos da banda, Willie Dixon. Como se não bastasse “You Shooke Me”, a banda recria mais um clássico do mestre do blues: “I Can´t Quit You Baby”. Blues em estado de graça! Canção para se ouvir “n” vezes sem se cansar. Difícil dizer qual versão é melhor. Na dúvida, fique com as duas. O álbum termina com a épica “How Many More Times”, de oito minutos e meio. Energia rock-blues concentrada em uma única canção. Precisão rítmica e melódica. Canção que beira à excelência para fechar um álbum excepcional. E isso foi apenas o início da banda. Porém, o melhor início que se poderia querer. Nossos corpos, almas e corações, enternecidos, agradecem.

domingo, 1 de julho de 2007


BANDA: THE BLACK KEYS
Canção: Aeroplane Blues
site: http://www.theblackkeys.com/


Banda de dois homens apenas: Dan Auerbach (vocais, guitarra) e Patrick Carney (bateria), vindos de Ohio (EUA). O duo segue o caminho de outras formações do gênero, tanto na quantidade como no estilo musical, como por exemplo White Stripes, Lightning Bolt, Death From Above 1979, Raveonettes, entre tantas outras. Relendo sonoridades passadas (leia-se rock setentista sabbathiano/ledzeppiano), a dupla constrói, ao longo de 4 álbuns e alguns eps e singles, notáveis canções “rockers”, tendo por base o vocal blueseiro de Dan e a bateria constantemente desassossegada de Patrick. Ou seja, o que você vai encontrar ao longo dos álbuns é rock garageiro por excelência ao estilo de jam sessions, como se pode conferir a partir da sugestão de coletânea abaixo. Item necessário à sua discografia.

BANDA: KULA SHAKER
Canção: Die for Love
site: http://www.kulashakermusic.com/

Banda inglesa que, na sua primeira fase, durou quatro anos, de 1995 a 1999, tempo suficiente para fazer dois discaços: “K” (1996) e “Peasants, Pigs and Astronauts” (1999), que, com a mistura de guitarras e uma certa dose de misticismo oriental, fez com o neo-psicodelismo (influenciado principalmente pelos Beatles) da banda caísse nas graças da maior parte da crítica. Independentemente disso, os dois álbuns são itens obrigatórios. De volta aos palcos em 2004 e aos estúdios ano passado, com o ep “The Revenge of the King”, o Kula Shaker lançou esse ano o melhor dos três álbuns da banda: “Strangefolk”, seguindo a mesma linha dos anteriores, ou seja, rock dos 1970 regado a um bom psicodelismo. Para facilitar: Beatles, Yes e Deep Purple revisitados, mas de forma competente. A canção indicada confirma o que acabei de escrever.

sábado, 23 de junho de 2007

BANDA: WILCO
Canção: You Are My Face
site:
www.wilcoworld.net

Já que eu citei a banda Wilco no post anterior, vale escrever algo sobre ela, uma das melhores de rock na ativa. Essa banda norte-americana nasceu das cinzas do “Uncle Tupelo” (banda de country rock, que durou de 1987 a 1994) e que ao longo dos seus 7 álbuns experimentou e reexperimentou country, psicodelia, soul, R&B, pop dos ´70. Assim, o grupo sempre esteve - veloz - na contramão do lugar comum, ainda que fazendo um som, acreditem, extremamente simples. Pode-se definir sua sonoridade como um folk rock com pitadas de rock clássico dos anos 70. Som calmo, agradável, que não há como não gostar e sair assobiando as melodias. Apenas como informação: o penúltimo disco da banda, “A Ghost is Born”, ganhou o Grammy de melhor disco alternativo em 2005. Não que isso signifique muito já que tem cada coisa que obtém esse prêmio... mas enfim, é um grupo que já teve seu reconhecimento atestado, e um premiozinho nunca é demais. E para a felicidade de uma legião de fãs que curte o som do grupo, acaba de sair “Sky Blue Sky” que consegue ser melhor que o anterior. Caso não tenha tempo de dar uma visitada na discografia completa do grupo, deixo essa coletânea abaixo. Caso seu tempo seja ainda mais curto, vá, de cara, em “Sky Blue Sky” e confirme – ou não – o que eu acabei de escrever.

Cantor: Billy Bragg
Canção: It Says Here
Site:
http://www.billybragg.co.uk/

Antes de falar sobre Billy Bragg, tem-se que trazer à baila a figura de Woody Guthrie, considerado como um dos nomes mais importantes em toda a história da cultura popular norte-americana. Criador da country-music moderna, ele funcionava como a voz das minorias sociais, ou seja, daqueles que não conseguiam expressar suas idéias, desejos, necessidades, reivindicações, ou conseguiam, em menor grau, como os negros, os marginais, os operários etc. Peregrinando de cidade em cidade com o violão às costas (no qual podia se ler em letras garrafais "Esta máquina mata fascistas"), Woody Guthrie, que morreu em 1967, viveu de maneira simples, acreditando que a música podia mudar o mundo. E pra quê falar de Woody Guthrie, se o artista em questão é Billy Bragg? Exatamente porque aquele sempre foi seu maior ídolo, e Billy Bragg se espelhou – e se espelha – na mesma proposta de Woody. Nascido em Essex, na Inglaterra, em 1957, Billy começou tocando em um grupo punk chamado Riff Raff. Bastou pouco tempo para que ele se lançasse em carreira solo unindo a raiva do punk rock com a conscientização política e social de tradição folk, como a executada por Bob Dylan (também seguidor de Woody Guthrie). Dono de um carregado sotaque britânico (como fica claro na canção indicada), esse violeiro inglês também encontra espaço em suas letras para falar sobre sentimentos/emoções humanas. Executando o que se convencionou denominar de música de protesto, Billy participou e participa de greves, de ações pró-trabalhadores, de ações beneficentes etc., buscando despertar uma maior conscientização política e social por parte daqueles que o ouvem. Deixando a questão política de lado, para se ter uma idéia do quanto o cara é um baita músico, ele trabalhou, para citar apenas alguns, com Smiths, Wilco e R.E.M. Além disso várias bandas já fizeram homenagens às suas canções. E mais ainda: ele recebeu da família de Woody Guthrie (seu maior ídolo) uma batelada de letras não musicadas. Reunido com a banda Wilco, ele musicou e gravou essas canções, registradas nos álbuns Mermaid Avenue – vol. 1 e 2, de 1998 e 2000, respectivamente. Vale – e muito – a pena incursionar pelas cativantes canções desse cara.

sábado, 16 de junho de 2007


Não se trata aqui de fazer jabá para a Revista Bizz, mas foi graças a ela que, na minha adolescência, tomei contato com uma porção de grupos bacanas como R.E.M., Jesus and Mary Chain, The Smiths, The Cult, Siouxsie and the Banshees, Dead Kennedys, Picassos Falsos, Fellini, Violeta de Outono, entre tantos e tantos e tantos outros. O mesmo seu deu com o De Falla. Sempre fui (e ainda sou) leitor da revista, porém, na segunda metade dos 1980 não havia as possibilidades infinitas que uma ferramenta como a internet permite, hoje, para que aficcionados por música, como eu, tentem, minimamente, se atualizar em termos de bandas e gêneros musicais. O que havia, caso você quisesse algo que fugisse do mainstream, eram o programa “Som Pop” da TV Cultura, uma ou outra crítica de jornal e a Bizz. A primeira vez em que li algo sobre o De Falla foi na edição de fevereiro de 1988, que apresentava como reportagem principal o “Prêmio Bizz – Melhores de 1987”. O álbum “De Falla” e a canção “Não Me Mande Flores” estava nas listas da quase totalidade dos críticos que, então, elegeram os melhores do ano anterior. Claro que aquilo aguçou minha curiosidade, afinal vários daqueles críticos já haviam destacado, ao longo de mais de dois anos na Bizz, uma porção de bandas que acabou fazendo parte da minha discoteca. E por que em relação ao De Falla seria diferente? O fato é que não demorou muito para eu conseguir encontrar o tal álbum em uma excelente loja de vinil que havia em Araraquara (cidade que cresci e vivi até os 30 e poucos anos) chamada Chanton (essa loja também foi muito importante para a minha iniciação em termos de boa música), e que, hoje, óbvio, não existe mais. De posse do álbum, que tem uma capa estranha e bacana, e que também por isso anunciava que dali poderia sair muita coisa boa (ou você nunca comprou um disco pela capa?) e uma contra-capa tão bacana quanto à capa, fui direto na tal “Não Me Mande Flores”, anunciada em verso e prosa como uma das melhores canções de 1987. Amor à primeira audição. Um cara, de saco cheio de uma fulana, quase que implora para ela largar do seu pé “Não me mande flores/Pare de bater no interfone/ Eu não preciso do seu amor/ Pare de me torturar, não ouse me ligar/Eu não preciso do seu amor”. E como se não bastasse, berra, várias vezes, em português errado, mas devidamente licenciado poeticamente, “Eu não amo você”, isso tudo regado à uma deliciosa guitarra e uma intensa bateria. Essa canção é apenas uma amostra do que é o disco “De Falla”. Remando contra a maré da obviedade que, como sempre, invadia as rádios e emissoras de tv, o De Falla construiu um álbum que se configurou para a época algo tão improvável quanto uma cópula entre Jason e Mary Poppins. O disco é uma metralhadora giratória atirando – e bem – para tudo quanto é lado: rock, punk, hard-rock, heavy metal, hip hop, funk, noise e alguns eteceteras. Repleto de microfonias, vinhetas, ruídos estranhos e tendo por base letras ora desprovidas de coerência ora extremamente lógicas, o álbum começa com o rock swingado de “Ferida” (“Ai como dói a faca que me rasga o peito”) e “O Qué Icho”. Ainda são do lado A três das melhores canções, não só da banda, mas do rock nacional: a devassa “Sodomia”, a já citada “Não Me Mande Flores” e a “joydivisioana” “Idéias Primais”. O lado B começa com o pop rock depressivo “Sobre Amanhã”, canção que muita banda da época gostaria de ter feito. Na seqüência vem “Alguma Coisa”, uma mistura de Sonic Youth com D. Juan de Marco (Você sabe que seu corpo é minha terapia particular/Não importam as posições e muito menos as condições). Duas outras canções que também merecem destaque do lado B são “I Am An Universe” e “Tinha Um Guarda na Porta”. Para terminar, alguns registros que se fazem necessários: 1) O disco seguinte, de 1988, que, tal qual o primeiro, é homônimo, faz-se tão essencial quanto o anterior; 2) Em 1996, a BMG Ariola lançou em cd uma compilação com as músicas dos dois primeiros discos da banda; 3) A formação original figurou apenas nos dois primeiros discos; 4) Há muitos outros álbuns gravados pela banda (que ainda está na ativa) com outras formações, mas longe de serem representativos como o primeiro o foi; 5) De Falla, a banda, foi um grupo de rock de origem gaúcha formada em 1984 que possuía em sua formação original Edu K. (voz, guitarra, órgão, scratch), Biba Meira (bateria), Flávio Santos (baixo) e Castor Daudt (guitarra), sendo uma das mais influentes do rock brazuca, muito embora sem o reconhecimento devido; 6) “De Falla”, o álbum, é um petardo sonoro para ser ouvido alto, e por várias e várias vezes, já que há nele um sem número de minúcias à espera de uma audição mais acurada; 7) “De Falla”, o álbum, deveria ser tratado como objeto de culto por parte dos apaixonados pelo bom e velho rock´n´roll. Quem sabe um dia o seja.
"De Falla" - BMG Ariola - Selo Plug - 1987
Lado A
01-Ferida
02-O Qué Icho
03-Sodomia
04-Papapapaparty
05-Grampo
06-Não Me Mande Flores
07-Idéias Primais
Lado B
01-Sobre Amanhã
02-Alguma Coisa
03-Melô do Rust James
04-Jo Jo
05-I´m Am An Universe
06-Tinha Um Guarda na Porta
07-Trash Man
08-Gandaia

Banda: Explosions in the Sky
Música: First Breath After Coma
Site: http://www.explosionsinthesky.com/


Banda texana formada por Michael James (baixo), Mark Smith (guitarra), Munaf Rayani (baixo) e Chris Hrasky (bateria), que começou em 1999, e se qualificou (ou foi qualificada) como um dos principais representantes do que se convencionou chamar de pós-rock, que nada mais é do que uma fusão de uma sonoridade puramente roqueira com outras configurações musicais como a eletrônica, o clássico, o jazz etc, sem se preocupar muito com o formato da canção. No caso do EITS, a sua pegada é mais “rocker”, já que o som progressivo norteia a subversão sonora executada com maestria pela banda. Contando com seis álbuns (2000 - How Strange, Innocence, 2002 - Those Who Tell the Truth Shall Die, Those Who Tell the Truth Shall Live Forever, 2003 - Earth Is Not a Cold Dead Place (obra-prima), 2004 - Friday Night Lights, 2005 - The Rescue, 2007 - All of I Sudden I Miss Everyone), o grupo produz um som encorpado que varia, dicotômico, como um planeta dividido ao meio, metade claro, metade escuro. Porém, no caso do EITS a dicotomia oscila entre melancolia e desespero, serenidade e fúria, delicadeza e rudeza, céu e inferno. É exatamente essa oscilação (exuberantemente bem dosada), quando o som, antes contido, torna-se desenfreado, que faz com que a banda se eleve à qualidade de sublime. Confira isso no clipe abaixo, “Yasmim the Light” e caso queiram ir além, deixo a sugestão de uma coletânea.


quinta-feira, 7 de junho de 2007


Banda: BellRays
Música: Voodoo Train
Site: http://www.thebellrays.com/


O rótulo mais usado pelos críticos para definir a sonoridade dessa banda é Rock´n´Soul. Porém, o BellRays vai muito além. Conduzido pela voz potente de Lisa Kekaula, que é comparada pela crítica com Tina Turner (na verdade acho que está mais para Aretha Franklin), o grupo mistura punk com soul, blues com punk, rock com soul e por aí vai. Algo como um MC5 com vocal soul! É perfeito! Formada por Lisa Kekaula (vocal), Bob Vennum (baixo), Tony Fate (guitarra) e Ray Chin (bateria), a banda, originária de Los Angeles, na ativa desde o começo dos 1990, conta com uma discografia de 5 álbuns, todos urgentes!!! Não perca de jeito nenhum! Abaixo deixo um vídeo para vocês terem uma idéia da sonoridade do grupo.

quarta-feira, 6 de junho de 2007

Banda: Clinic
Música: Harmony

Banda de Liverpool, de som e características extremamente singulares, que já conta com 5 cds gravados. Uma das bandas preferidas do também singular Thom Yorke, que, há tempos atrás, a convidou para abrir alguns shows do Radiohead. Para se ter uma idéia da sua singularidade, o grupo é composto por quatro caras que se apresentam usando máscaras cirúrgicas e fazem uma mistura de leves sons eletrônicos (feitos e abusados maravilhosamente por um teclado especial chamado escaleta, na verdade uma flauta com teclas) com guitarras, produzindo um som de certa forma angustiante e hipnótico, mas que às vezes se torna acelerado ou (re)confortante. Vez ou outra se pode pinçar aqui e ali uma linha de baixo da melhor qualidade e alguma coisa que soa como um sax, mas que na verdade é um teclado emulando um sax. Uma vez assimilada tal sonoridade, você vai saber, quando ouvir de uma outra vez, que se trata do Clinic. Ninguém faz nada parecido. Seguem, abaixo, uma sugestão de coletânea para vocês se iniciarem no som do grupo e o clipe da canção “Come Into Our Room”.

terça-feira, 5 de junho de 2007



CD 1

01 - Elvis Presley - A Little Less Conversation (JXL Radio Edit Remix)
02 - Sepultura - Bullet the Blue Sky
03 - Jon Spencer Blues Explosion - She Said
04 - Tom Waits - A Sweet Little Bullet
05 - Lovage - Anger Management
06 - TSOL - How Do
07 - 59 Times - Sweet and Tender Hooligan
08 - Mad Season - Long Gone Day
09 - 13 Sentenced - Creep
10 - Bjork - All is Full of Love
11 - Johnny Maar and the Healers - Last Ride
12 - Morrisey - You're Gonna Need Someone on Your Side
13 - Starsailor - The Way Young Lovers Do
14 - Queen of the Stone Age - God Is On The Radio
15 - The Cramps - Goo Goo Muck
16 - David Bowie - Wild is the Wind
17 - R.E.M. - Leave

CD 2

01 - Moby with New Order - New Dawn Fades
02 - Joe Strummer - Dum Dum Club
03 - Beatles - Tomorrow Never Knows
04 - Violent Femmes - No Killing
05 - Korn - Freak on Leash
06 - The Strokes - Hard to Explain
07 - Eels - Hospital Food
08 - Polyfhonic Sprees - Call Your Father
09 - Miranda Sex Garden - Exit Music (For A Film)
10 - Robert Plant - One More Cup Of Coffee
11 - Tito & Tarantula - Smilin' Karen
12 - Metalica - Poor Twisted Me
13 - Nick Cave - Where Do We Go Now But Nowhere
14 - Pixies - U-Mass
15 - Morphine - French Fries with Pepper
16 - Pulp - The Fear
17 - Massive Attack Featuring Sinead O'Connor - Angel

Banda: Lightning Bolt
Música: On Fire
Site:
http://laserbeast.com/

Caso você se julgue um legítimo apreciador do rock and roll, há a necessidade - urgente - de você conhecer e se afundar na sonoridade do Lightning Bolt. Adianto que não se trata de um som facilmente digerível. Na verdade, os timbres criados por essa banda encontram-se longe, muito longe disso. Para ser o mais claro possível: trata-se de uma dupla americana que faz um som intenso, tenso, atroz, explosivo, acelerado, que te engole por completo e não deixa espaço para mais nada em seu cérebro. E o mais singular, os responsáveis por uma sonoridade dessa são APENAS dois caras, ou melhor dois “Brians”: o Chippendale e o Gibson. O primeiro “toca” bateria (na verdade ele destrói a bateria) e canta (na maioria das vezes, coisas ininteligíveis), e o segundo “toca” baixo (ou melhor, ele extrai desse instrumento sonoridades que eu jamais pensei que pudessem sair de um baixo, basta que se ouça a introdução da música indicada. E podem acreditar: aquilo tudo sai apenas do baixo). Não é metal. Não é rock pauleira. Não é trash. Nada disso. Embora seja algo complicado de se rotular, pode-se dizer que o som da banda fica próximo de um post-rock experimental. É algo original, visceral, inesperado. É algo para se ouvir alto, muito alto. Não sei que tipo de som se toca no inferno, mas deve ser algo próximo disso. Ou melhor: essa dupla deve ter, na verdade, composto a trilha sonora de lá. Não perca!!! Deixo como sugestão o clipe da música “Two Towers” e uma sugestão de coletânea.


domingo, 20 de maio de 2007


RADIOHEAD - OK COMPUTER
A Contemplação do Ser Humano Moderno em Doze Arrebatadores Instantes


Thom Yorke nasceu em Wellingborough, na Inglaterra, em 1968. Seu contato com a música começou aos 10 anos, em Oxford, e aos 14 fundou a banda “TNT”, com o baixista Colin Greenwood. Cinco anos depois, a evolução natural do “TNT” foi o grupo “On a Friday”, que incluía o guitarrista Ed O´Brien e o baterista Phil Selway, além de Colin, que permanecera com o antigo colega. O nome da banda, porém, não agradava nem gregos nem troianos. Por isso o pessoal tratou de mudá-lo, escolhendo o nome definitivo, a partir da canção “Radio Head”, do álbum “True Stories”, do Talking Heads. Nessa época, já havia se juntado ao grupo o guitarrista Jonny Greenwood, irmão de Colin. “Pablo Honey” foi o primeiro álbum do grupo, gravado em 1993. Puxado por “You”, “Anyone Can Play Guitar” e principalmente pela mais doentia balada já escrita, “Creep”, o álbum mostrava ao mundo que o Radiohead era uma banda promissora, dotada de grande personalidade. Dois anos depois, a banda lançou um dos principais álbuns da primeira metade da década de 90, “The Bends”, composto por doze canções magistrais. Com “The Bends”, o Radiohead ganhava a atenção definitiva do público (com seus 2 milhões de cópias vendidas) e da crítica especializada. Apenas como curiosidade, foi graças a “Fake Plastic Trees”, desse álbum, que o Radiohead começou a ficar conhecido aqui no Brasil. Isso graças à inserção da canção em uma propaganda/campanha sobre a síndrome de Down, que possuía como protagonista um menino chamado “Carlinhos”. Logo, o pessoal que curtia música, aguçado pela curiosidade, queria saber que música era aquela da “propaganda do Carlinhos”. A partir disso, o nome Radiohead começou a ficar conhecido por essas plagas. “The Bends” é um álbum que, além de ser importante musicalmente, foi o primeiro passo para Thom e seus comparsas exporem questões como a solidão, a tecnologia, o consumo. A bola estava erguida. Em 1997, o Radiohead retoma essas questões, mas de forma muito mais aprofundada e madura, com sua obra-prima, “Ok Computer”. Com esse álbum, o Radiohead conseguiu o que muitas bandas tentaram, mas por medo ou incompetência não conseguiram: transitar do rock para uma experimentação sem cair no excesso, o que poderia gerar enfado e/ou descaracterizar a sonoridade do grupo. Foi uma passagem lenta e gradual que ganhou espaço maior nos álbuns seguintes, porém isso é assunto para outro texto. “Ok Computer” é considerado como um dos melhores discos da década de 90, bem como um dos melhores de todos os tempos pelas várias eleições de setores especializados, como revista, rádios etc., ou não. O álbum foi aclamado pela crítica tendo sido reconhecido como o melhor do século pelos leitores da revista inglesa “Q”. Não à toa o álbum foi apelidado de “o ‘Dark Side of the Moon’ dos anos 90”. E o que faz esse álbum ser qualificado de obra-prima? Para responder de pronto, penso que é a perfeita simbiose entre as letras (ácidas e tristes) e a capacidade musical do grupo, ali explorada à exaustão, já que nada é excessivo, TUDO tem razão de ser. Toda nota, instrumento, ruído soam como se fossem peças essenciais de uma máquina, que caso faltassem ou trabalhassem de modo mais lento ou mais rápido terminariam por causar algum dano. Esses fatores, portanto, permitiram que a maior banda de Oxford fizesse um álbum perfeito, do começo ao fim. Insante 01 - O álbum começa com “Airbag”, um poderoso rock, tocado de forma “suja”, no qual o protagonista, depois de ter sido salvo por um airbag, passa a crer que sua missão é a de salvar o universo. Nela, já é possível detectar “ruídos estranhos ao rock”, que marcariam a construção de todo o álbum. Instante 02 - “Paranoid Android” começa com o dedilhar de uma guitarra, no melhor estilo de uma canção pop, com Yorke cantando de forma suave, explorando toda sua qualidade vocal. Com um pouco mais de dois minutos e meio, a canção se altera bruscamente, ganhando peso, com a voz de Yorke acompanhando tal reviravolta. O que se tem no minuto seguinte é um rock and roll tresloucado, descontrolado que vai te sugar para dentro dele. E quando a sensação é de desespero, tudo se altera novamente. Uma sensação de paz te atinge o peito. Você é tomado pela quietude e pela serenidade. Emoção pura. Mas aí, quando você acha que tudo vai acabar dessa forma, a sinfonia de ruídos e “sujeiras” retoma e segue até o final da canção, te oferecendo um norte caótico. Uma das maiores canções de todos os tempos, sem exagero. Instante 03 - “Subterranean Homesick Alien” é uma canção calma, de teor onírico, belíssima. Sua letra ilustra a proposta do álbum e mostra como as letras se constituem em um dos pilares para que a “Ok Computer” seja atribuída a qualidade de obra-prima. “Vivo em uma cidade onde não se pode cheirar nada. Bem acima, aliens pairam, fazendo filmes caseiros para suas famílias sobre todas essas criaturas estranhas que trancam seus espíritos, perfuram buracos em si mesmos e vivem para seus segredos. Eles estão todos tensos. Eu gostaria que eles descessem em meu caminho tarde da noite quando estou dirigindo. Embarcassem-me em sua linda nave e me mostrassem o mundo como eu gostaria de vê-lo. Contaria a todos os meus amigos mas eles nunca acreditariam em mim. Pensariam que eu finalmente enloqueci completamente. Eu mostraria-lhes as estrelas e o sentido da vida. Eles me trancafiariam longe. Mas eu estaria bem.” O que mais escrever? Não há tempo mínimo para se recuperar, já que na sequência, você é abençoado com “Exit Music (For a Film)” (Instante 04). Não há como deixar de se emocionar. Yorke murmura, cantando no melhor clima Romeu e Julieta moderno: “Hoje nós vamos fugir. Arrume as malas e vista-se, antes que seu pai nos ouça, antes que todo o inferno desabe”. Sobre a canção mais triste e mais bela do álbum, com a palavra o próprio Yorke: "Ela foi feita para ditar o clima do disco. Fizemos a canção em cinco horas. Então levei ela para casa, toquei e chorei.'' Instante 05 - “Let Down” é terno, suave e brando, musicalmente falando. Embora seja uma delícia de música, sua letra expõe a acinzentada rotina de um urbanóide: “Transportes, motovias e trólebus. Andando e então parando. Decolando e aterrissando. A mais vazia sensação. Pessoas desapontadas, apegando-se a frascos. E quando chega é tão decepcionante. Decepcionado e abandonado. Esmagado como um inseto no chão. Decepcionado e abandonado.” Na seqüência, vem “Karma Police” (Instante 06). Conduzida por um belo piano, a canção reveste-se de esquizofrenia, de paranóia, já que “aquele que é diferente” tem que ser “consertado” no melhor estilo funcionalista: se a sociedade é uma máquina e os indvíduos são peças dessa máquina que para se reproduzir deve contar com seu funcionamento perfeito, as regras, o controle, o Estado existem exatamente para consertar a peça defeituosa e trazer a harmonia para a sociedade. “Prenda este homem, ele fala em matemáticas, ele zumbe como uma frigideira. Ele parece um rádio fora de sintonia. Prenda esta garota, seu penteado de Hitler está me deixando doente. E nós acabamos com a festa dela. Isto é o que você ganha. Isto é o que você ganha. Isto é o que você ganha. Quando você mexe com a gente”. A música começa calma, até, para culminar inquieta, pertubadora, exasperada. Instante 07 - “Fitter Happier” é uma espécie de vinheta, que sintetiza e simboliza a proposta do álbum. Um computador dita regras para que o indivíduo possa ser mais saudável, mais feliz e mais produtivo, tais como não beber, frequentar a academia, ter uma alimentação saudável (“nada de microondas e gorduras saturadas”), ser um motorista paciente, checar com freqüência o crédito no banco, não colocar água fervente nas formigas, lavar o carro (mesmo aos domingos), ser um membro informado e ativo da sociedade, não chorar em público, entre outras regras. Constantemente o indivíduo é mais e mais cobrado por seus pares para que ele se adapte às regras do mundo no qual se insere. A questão é: o que isso provoca em termos físicos, morais e psicológicos quando tal exigência não é conseguida? Obviamente a confiança em si mesmo se desfaz. E isso contribui para tornar o indivíduo "menor" perante à sociedade e por vezes perante a si mesmo. Instante 08 - “Electioneering” é pauleira rock and roll de primeira. Camadas de guitarras, que fogem do padrão musical do álbum até aqui, servem de base para Yorke cantar a desfaçatez contida nas campanhas políticas. A canção seguinte opõe-se completamente à anterior: "Climbing Up The Walls" (Instante 09), começa serena, com Yorke cantando em tom lamurioso, para gradativamente, ser acrescida de um elemento ali outro aqui, até explodir, no melhor estilo pós-rock, em uma contagiante “sujeira sonora”, com Yorke urrando ao final da música. Sobre essa canção, diz o autor: "Esta é sobre o inexplicável''. Talvez seja sobre o inexplicável que nos habita e que fica à espreita, esperando o menor descuido de nossa parte para dar o bote". Quem sabe? Instante 10 - “No Surprises”, embora pareça, no início, uma canção de ninar, é pura claustrofobia. Retrata o que pode acontecer com sua vida, a partir do momento que você segue aquelas tais regras: “um coração cheio feito um aterro, um emprego que te mata lentamente, feridas que não vão cicatrizar, você parece tão cansada e infeliz, (...) eu vou levar uma vida tranqüila, um aperto de mão, um pouco de monóxido de carbono, sem alarmes e sem surpresas”. Essa canção conta com um clipe que retrata fielmente a tal claustrofobia da canção. Instante 11 - “Lucky” é uma das mais lindas canções do Radiohead e da trilha sonora da minha vida. Mantendo o padrão musical da anterior, essa canção retoma o propósito do tal cara da primeira canção, aquele que foi salvo pela airbag e que quer salvar o mundo: “Mate-me Sarah, Mate-me novamente, com amor. Este vai ser um dia glorioso. Tire-me da queda de avião. Tire-me do lago. Porque eu sou seu super-herói”. Canção que pode ser ouvida um dia inteiro seguido sem produzir cansaço (caso você tenha tempo pra isso, a não ser que você passe o tempo todo cumprindo regras). Instante 12 - “The Tourist”, que encerra o álbum, é uma canção límpida, musicalmente falando. A sua melhor definição vem do próprio Yorke: ''Tem certos dias em que minha mente funciona tão rapidamente que eu não consigo controlá-la. 'The Tourist' é um tipo de prece que eu fiz para fazê-la parar." “Ok Computer” é a trilha sonora dos dias hodiernos. “Ok Computer” é lírico, áspero, melódico, visionário, sufocante, doloroso, triste, eufórico. “Ok Computer” manifesta uma atmosfera bela e singular. Bela pois produz um fascínio instantâneo assim que sua musicalidade nos é introjetada. Singular pois traduz, em linguagem própria, com texturas musicais originalíssimas, um cenário física, moral e psicologicamente desconcertado, mostrando os efeitos maléficos que o individualismo, a solidão, o consumo podem causar ao ser humano. Por ser engolido pela tecnologia, por fazer parte de processos sociais cada vez mais competitivos, por ser objeto de constante controle por parte de um poder/Estado, o indivíduo se limita a (re)produzir, tal qual um autômato (já que não se reconhece mais), as regras, os objetivos, os valores que são exigidos para que ele se mantenha “funcionando”, tudo isso em detrimento dos sentimentos, e por vezes da ética e de valores outros como a cooperação e a solidariedade. “Ok Computer” é modelar, é referencial, é indispensável.
Banda: The Verve
Canção: The Drugs Don't Work
Site:
http://www.theverve.co.uk

Surgido em 1990, na onda do Brit Pop, a formação original do Verve contava com Richard Ashcroft (vocal e guitarra), Nick McCabe (guitarra), Simon Jones (baixo) e Peter Salisbury (bateria). Sua – curta – carreira durou exatos 10 anos, 3 álbuns, 2 compilações e uma “tantada” de singles e eps. Sobre os álbuns, o primeiro foi “A Storm in Heaven”, de 1993, do qual se destaca o hit “Slide Away”. Dois anos depois foi a vez de “A Nothern Soul”, com as matadoras “This is Music” e “History”. E por fim “Urban Hymns”, de 1997. De cara, o que posso dizer sobre esse álbum é que com certeza ele estaria na minha lista dos 20 maiores álbuns de todos os tempos. De longe é o melhor álbum da banda e o mais acessível, musicalmente falando (tanto que vendeu mais de 7 milhões de cópias). Teve gente na imprensa britânica que comparou “Urban Hymns” a "Closer", do Joy Division. Exageros à parte, o álbum é todo norteado por arranjos de cordas, baladas e letras depressivas ou de desafogos, como no caso da canção indicada, que trata do desapego por parte de Richard Ashcroft em relação às drogas. Um álbum para ser ouvido, assimilado, dissecado. Após uma série de brigas, desgastes e pressões, a banda terminou em 1999. Ashcroft segue carreira solo, mas nem de longe conseguiu em seus álbuns solos compor uma única canção que fosse como quando da época do The Verve. Fiquem com o clipe da bela canção "The Drugs Don´t Work".

sábado, 28 de abril de 2007


Krig-Ha, Bandolo! (grito de guerra de Tarzan, que quer dizer: Cuidado, aí vem o inimigo!) foi a primeira incursão solo de Raul Seixas em disco. Antes, o roqueiro bahiano havia gravado, em 1968, o lp Raulzito e Os Panteras, e, em 1971, aproveitando uma viagem do presidente de sua gravadora, a CBS, gravou o lp Sociedade da Grã-Ordem Kavernista apresenta Sessão das Dez, ao lado de Sérgio Sampaio, Miriam Batucada e Edy Star, o que lhe valeu a expulsão da CBS. Krig-Ha, Bandolo! nasceu clássico. Ali está contido o supra-sumo do rock "Rauliano". O disco abre com uma pequena introdução, na verdade uma gravação de Raul Seixas, aos nove anos, cantando trechos de rockabillys clássicos. A primeira canção do disco é Mosca na Sopa (uma das canções preferidas de Raul), já apontando o misto de guitarras e elementos da música nordestina, que embasaria boa parte de sua discografia. A letra, um recado escrachado, deixava claro qual seria sua intenção: a de ir na contra-mão, fugir da mesmice, enfrentar, contestar, coisa que ele soube fazer como ninguém através de suas canções. Na seqüência, uma das mais emblemáticas canções de Raul: Metamorfose Ambulante, que reforçava o que havia começado expor na canção anterior, escancarando a todos que, sem dúvida alguma, Raul Seixas não era um sujeito reto, óbvio, preciso, mas sim que se encontrava em constante estado de mutação, principalmente no que se referia à música. A terceira canção do álbum é Dentadura Postiça (uma das minhas canções preferidas), um delicioso e descompromissado country rock. Em seguida vêm, na seqüência, As Minas do Rei Salomão, outro delicioso country rock, A Hora do Trem Passar, uma balada de menos de dois minutos, com uma letra e textura de arrepiar (uma das mais belas canções de sua discografia), Al Capone, rock roll em estado puro!!!, How Coud I Know, outra belíssima balada cantada toda em inglês e costurada por um emocionante piano. Além de tudo isso, ainda há mais três sensacionais canções, que fecham o álbum. Rockixe, que com sua introdução matadora e o naipe de metais nos mostra como é que se faz um rock, Cachorro Urubu, um folk rock de primeira, com uma letra bem legal, e para fechar Ouro de Tolo, a ácida crítica consumista à classe média-alta, que embora escrita no começo dos anos 70, cai como uma luva nessa época de globalização/neoliberalismo, demonstrando que o que vale é trabalhar, competir, consumir. Enfim, não há muito o que se escrever sobre essa obra-prima do rock nacional nem mesmo sobre Raul Seixas, o maior rocker brasileiro. O que nos resta é ouvir o álbum. Boa audição!!!
Krig-Ha, Bandolo! 1973/ Philips/Phonogram

Introdução ( Raul aos 9 anos)
01- Mosca na Sopa - (Raul Seixas)
02- Metamorfose Ambulante - (Raul Seixas)
03- Dentadura Postiça - (Raul Seixas)
04- As Minas do Rei Salomão - (Raul Seixas/ Paulo Coelho)
05- A Hora do Trem Passar - (Raul Seixas/ Paulo Coelho)
06- Al Capone - (Raul Seixas/ Paulo Coelho)
07- How Could I Know - (Raul Seixas)
08- Rockixe - (Raul Seixas/ Paulo Coelho)
09- Cachorro Urubu - (Raul Seixas/ Paulo Coelho)
10- Ouro de Tolo - (Raul Seixas)

sábado, 21 de abril de 2007

Banda: Messer Chups
Canção: Fantomasofobia
Site:
http://www.messerchups.ru/

Não se sabe de onde esses figuras (na verdade uma dupla) vêm, se da Alemanha, da Rússia, da Hungria ou de outro lugar. Também não importa. O que vale, na verdade, é que eles fazem uma deliciosa sonoridade jogando no mesmo caldeirão surf rock, rockabilly, áudios de filmes trash, um teremim e outras coisas estranhas. O resultado, conduzido pelo multi-instrumentista Oleg Gitarkin e por Annette Schneider, é uma singular doideira sonora que garante bons minutos de diversão. Para vocês terem uma idéia do que se passa na cabeça dos dois, entre no site. Diversão garantida!!! Fiquem com o clipe da canção "Go Satan Go" (na melhor linha de filmes trash) e com uma sugestão de coletânea.


Banda: Detroit Cobras
Canção: I Wanna Holler (but the town’s too small)
Site:
http://www.bloodshotrecords.com/artists/detroitcobras/

Essa banda, como o nome indica, natural de Detroit (terra do visceral MC5 e do singular White Stripes), foi formada em 1995. Fazem parte do grupo o guitarrista Steve Shaw, a também guitarrista Maribel Restrepo, Jeff Meyer no baixo, Damian Lang na bateria. Além disso a banda conta com dois diferenciais: o primeiro é a ex-açougueira e dançarina Rachel Nagy nos vocais, ora suaves ora sacanas; e o segundo é o fato da banda não produzir material próprio. Os quatro cds lançados (sendo que o último, “Tied and True”, acabou de sair) são recheados com o melhor da influência blueseira dos anos 50 e 60, como por exemplo Otis Redding e Willie Dixon (a versão da banda para “Insane Asylum”, de Willie Dixon, é de rasgar a razão) + punk + rockabilly. Contudo, o Detroit Cobras não deve ser visto apenas como uma banda de covers, mas sim como uma reinventora de canções consagradas. É como se a banda engolisse a música, na seqüência a digerisse, derramando sobre ela os mais originais sucos gástricos do rock, e a vomitasse, despejando alguma coisa que possui a mesma origem da que foi engolida, mas com um aspecto bem diferente (sei que a metáfora não foi das melhores, mas acho que deu para entender). Rock and Roll sem frescuras, excelente para se ouvir no volume lá no alto e encher o saco dos vizinhos, caso, óbvio, eles não gostem de Rock. Ao invés de um clipe, como de costume, fiquem como uma oriental dançando, toscamente, diga-se, ao som de “Ya! Ya! Ya!", canção do ep “Seven Easy Pieces”, de 2004.


sábado, 14 de abril de 2007


01 - The Vampire Sound Inc. - The Lions and the Cucumber
02 - Marilyn Manson - The KKK Took My Baby Away
03 - Massive Attack - Future Proof
04 - Starsailor - Fever
05 - Placebo - Protect Me From What I Aant
06 - Stereolab - Golden Ball
07 - System of Down - Highway Song
08 - Jon Spencer Blues Explosion - Calvin
09 - Jeff Buckley - New Year's Prayer
10 - Queens Of The Stone Age - Song For The Dead
11 - Gorillaz - Latin Simone
12 - Snuff - I Will Survive
13 - Soundtrack of Our Lives - Four Ages (Part II)
14 - Interpol - Say Hello to the Angels
15 - Doves-Firesuite

sexta-feira, 13 de abril de 2007


Cantor: Moby
Canção: Lift Me Up
Site:
http://www.moby.com

Moby (Richard Melville Hall) nasceu em Nova Iorque, em 1965, e seu apelido veio devido ao seu parentesco, ainda que distante, com Herman Melvile, autor de Moby Dick. Tendo experimentado várias vertentes musicais, desde o erudito, passando pelo Reggae, Hardcore e Punk, Moby se consagrou realmente como DJ, o que lhe rendeu a condição de um dos maiores representantes da música eletrônica mundial. Embora só tenha estourado com o cd "Play", de 1999, que vendeu cerca de 10 milhões de cópias, antes disso já havia gravado 6 cds tão bons quantos esse, como por exemplo "Animal Rights", de 1996, para mim, o melhor dele até hoje, ao lado de "18" e do último "Hotel". Se quiserem começar a explorar o som do cara, comecem por esses três ou podem seguir a coletânea humildemente sugerida abaixo por esse que lhes escreve. Dizer que Moby faz música eletrônica é simplificar demais seu valor. Suas músicas são extremamente bem construídas, misturando batidas eletrônicas com a vitalidade do rock, estabelecendo um equilíbrio exato entre a parafernália eletrônica e os demais instrumentos. Passeando por seu arsenal musical, vocês encontrarão músicas alegres, tristes, dançantes, desencanadas, reflexivas etc etc etc. Vale uma conferida com a calma devida. Segue abaixo uma sugestão de coletânea para a sua diversão!


Banda: Antony and The Johnsons
Canção: The Lake
Site:
http://www.antonyandthejohnsons.com

Embora em um primeiro momento possa soar estranha, aos poucos, essa sonoridade te pega pela emoção e quando você percebe está ouvindo pela enésima vez as canções desse grupo nova-iorquino, que é conduzido por Antony (os Johnsons na verdade são um guitarrista, um baixista, dois violonistas e um violoncelista que oferecem, de forma extremamente competente, a base para as viagens sonoras da Antony), um sujeito que é pura androginia e que canta com uma voz que parece não ser desse planeta, voz essa desenvolvida durante as cerimônias católicas do colégio que estudou. Depois de muito peregrinar, aportou em Nova Iorque, e, em 2000, criou o grupo, gravando um disco em 2002. O segundo disco, gravado ano passado, "I Am A Bird Now", é uma obra-prima daquelas para ser consumida aos poucos, em doses homeopáticas. Mas não se preocupem, já que a overdose será o caminho natural. Quanto ao som, eles fazem canções tristes, melancólica, íntimas, puras e belas, tudo isso à base de uma musicalidade extremamente elaborada. Apenas para se ter uma idéia: Lou Reed chorou quando o ouviu cantar pela primeira vez. Não percam de forma alguma.E. T.: A música indicada não faz parte de nenhum dos dois cds, mas sim de um ep, homônimo, de 2004.
Banda: Blonde Redhead
Canção: U.F.O.
Site:
http://www.brh.free.fr/blonderedhead.htm

A banda, originalmente um quarteto, foi formada, em 1993, em Nova York, pelos estudantes de arte japonesa Kazu Makino, Maki Takahashi e os italianos Simone e Amedeo Pace. Quem se atentou para o som do grupo foi o baterista do Sonic Youth, Steve Shelley que produziu e lançou pelo seu selo, o Smells Like Records, o primeiro álbum do grupo, em 1995. Com a saída de Takahashi, o grupo, agora um trio, lançou mais cinco discos nos quais predomina, óbvio, uma influência do Sonic Youth, com dissonâncias, um ruído aqui e outro ali, algumas linhas bem melódicas e a guitarra como base de tudo. Uma coisa bacana é a alternância dos vocais, às vezes, entre Kazu e Amadeo o que oferece algumas surpresas durante as audições. Para conferir essa alternância vá em busca da música (I Am Taking Out My Eurotrash) I Still Get Rocks Off. De primeira!