sábado, 1 de setembro de 2007


A formação original do Camisa de Vênus contava com Marcelo Nova (voz e guitarra), Gustavo Mullen (guitarra), Karl Hummel (guitarra), Robério Santana (baixo) e Aldo Machado (bateria). Vez por outra a banda se reúne, grava um álbum, se desmancha, e aí volta de novo, mas nunca mais com essa formação original, que rendeu 5 excelentes álbuns de rock and roll, a saber: Camisa de Vênus (1983), Batalhões de Estranhos (1984), Viva (1986), Correndo o Risco (1986) e Duplo Sentido (1987). Dentre esses, destaco Viva!, o terceiro - e essencial - disco dessa banda baiana, surgida em disco, em 1983, com o lp Camisa de Vênus. Ali já se podia notar a influência das bandas de hard rock dos anos 1970, bem como do rock “inocente” de Elvis Presley e Chuck Berry. Nesse álbum também já emergia o que seria uma marca registrada do grupo: as letras ácidas que criticavam os costumes pasteurizados da sociedade brasileira. A banda “estourou” nacionalmente em 1984 com o hit “Eu não matei Joana D’arc”, do lp Batalhão de Estranhos. A partir daí, o país ficou conhecendo o recado – invariavelmente explícito – de uma banda que ia na contramão da sonoridade baiana “exportada” naquele momento. Porém, em relação ao que interessa aqui, ou seja, o álbum Viva, há alguns aspectos curiosos que devem ser destacados: Gravado em 1986, no Caiçara Music Hall, em Santos, S.P., ele não foi mixado (prática incomum em discos ao vivo). O que se ouve é o que aconteceu, realmente. Assim, as letras desbocadas, os deboches, os palavrões emitidos pela platéia e pela banda estão ali, sem cortes. Tanto assim, que o encarte continha o aviso: “Este disco não foi remixado. Você ouve o que aconteceu no show. E OUÇA ALTO”. O álbum é composto por 10 faixas, com canções dos dois primeiros discos da banda, como “Eu não matei Joana D´Arc”, “Hoje”, “Bete Morreu”, e mais canções que eles jamais haviam gravado ou gravariam em lugar nenhum posteriormente como “Homem Forte”, “Solução Final” e “Rotina”. Ou seja, há músicas que só foram registradas naquele disco. O espírito punk rock impera ali em todas as faixas. E ao vivo! Destaco 3 faixas, urgentes para seus ouvidos: a impagável “Sílvia”, a versão sacana-tupiniquim para “My Way” e “O Adventista”, que fecha o disco, com Marcelo Nova rezando o Pai-Nosso ao final da canção. Mais punk, impossível. Com certeza, um dos discos - ainda na época do vinil - que eu mais ouvi na minha vida. Item urgente encontrado nas boas casas do ramo. Não percam de jeito nenhum. Rock and roll honesto, sincero e “sujo”. O que mais se pode querer?

"Viva" – RGE – 1986
Lado A
01 – Eu Não Matei Joana D´ARc
02 – Hoje
03 – Homem Forte
04 – Solução Final
05 - Rotina
Lado B
01 – My Way
02 – Beth Morreu
03 – Sílvia
04 – Metástase
05 – O Adventista

2 comentários:

Anônimo disse...

Cara, você sempre tira umas coisas da cartola! o disco é de 1986 só que eu ouvi mesmo foi em 1989 e foi numa "brincadeira dançante", depois de rolar uns vanila ice, madonna e prince da vida, lá do meio pro fim da festinha depois de se "embebedar" com umas doses de tubaína dom sem gelo uma amiguinha põe a subeversão pra rolar: "ô sílvia!!! Piranha!!!!" e mais pra frente: "bota pra fudê!!!!". Olhos esbugalhados, sorrisos sacanas da molecada e estávamos batizados (eu pelo menos): rock n´roll escrachado, sujo, politicamente incorreto, pé de chinelo pra caramba e vivo, muito vivo começa a correr pelas veias do moleque de 12 anos e muita água ainda iria correr por debaixo da ponte. Valeu a lembrança, aumenta que isso aí é apenas rock n´roll e eu gosto! Grande abraço. Helton

Unknown disse...

Eu fui nesse show,e tambem fui na gravação do video que até hoje eu não sei onde foi parar,tambem gravado no caisara aqui em santos.Se alguem tiver enformação
por favor espalhe para todos,banda como camisa de venus temos que estar ligados em todos os momentos.principalmente os momentos em santos valeu!